De Portugal já foram para Moçambique dois aviões C130 e um avião comercial alugado. Ao todo chegaram seis toneladas de recursos, entre alimentos, redes mosquiteiras e material de higiene. Na Beira já estão bombeiros, elementos da GNR, do Serviço Nacional de Proteção Civil, do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), das Forças Armadas e da EDP.
Dezenas de instituições, organizações e empresas portuguesas, além da sociedade civil em geral, anunciaram apoios financeiros e ações de recolha de bens e fundos.
A Fundação Calouste Gulbenkian disponibilizou-se a participar nas primeiras ações de socorro humanitário e decidiu doar 100 mil euros, especificamente para a compra de medicamentos e outros consumíveis na área dos cuidados de saúde.
Já os CTT estão a receber, até 08 de abril, roupas doadas nas suas lojas para enviar para Moçambique, de forma gratuita. A empresa fez uma parceria com os Correios de Moçambique “para garantir a chegada de roupa às populações afetadas”.
Também a Irmandade dos Clérigos, no Porto, decidiu enviar um donativo de 50 mil euros aos bispos de Moçambique, para que com o “sentido pastoral” ajudem no terreno os “deslocados e desalojados nestes primeiros dias”.
O Santuário de Fátima vai enviar 15 mil euros para o apoio às vítimas, através da Cáritas Portuguesa.
Municípios realizam campanhas
Vários municípios anunciaram apoios financeiros, entre os quais Lisboa, que avançou com 150 mil euros e o envio de equipas para apoio a necessidades básicas no terreno, e Sintra, que vai doar 120 mil euros e dar apoio logístico à câmara moçambicana da Beira.
A Câmara do Porto vai disponibilizar “apoio de equipas pós-catástrofe” e 100 mil euros para a “reconstrução do hospital” da Beira, de acordo com “necessidades” já identificadas por organizações não-governamentais.
A autarquia do Seixal – município geminado há mais de 20 anos com a Província de Sofala, de que é capital a cidade da Beira – também anunciou um apoio financeiro de 12 mil euros às entidades a operar no terreno – Cruz Vermelha Portuguesa, Fundação AMI e as Organizações não Governamentais para o Desenvolvimento Oikos e Helpo.
A autarquia irá ainda promover uma campanha de recolha de alimentos não perecíveis e medicamentos num concerto solidário, no âmbito da iniciativa ‘Março Jovem’, com a atuação dos HMB no dia 30 de março, que serão encaminhados através das entidades oficiais nacionais, nomeadamente o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.
A Câmara de Montemor-o-Velho lançou uma campanha de solidariedade através da recolha de “bens considerados prioritários”, em articulação com os bombeiros e proteção civil. A campanha vai durar até às 17h de sexta-feira, através do Serviço Municipal de Proteção Civil e com a colaboração dos Bombeiros Voluntários de Montemor-o-Velho.
A autarquia garante que irá assegurar que todos os bens serão entregues ao povo moçambicano. “”Para um maior controle e transparência de todo o processo, aquando da entrega dos bens deverá ser preenchido um formulário com a identificação das doações”, avisam os serviços municipais.
Já a Câmara Municipal de Gouveia, no distrito da Guarda, está a realizar uma ação de recolha de bens de primeira necessidade.
A autarquia presidida por Luís Tadeu refere, em comunicado, que a recolha de alimentos, medicamentos e produtos de higiene e de limpeza é feita nas Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários e Juntas de Freguesia do concelho.
Cruz Vermelha lança ‘Operação Embondeiro por Moçambique’
A Universidade da Beira Interior (UBI) e o Lions Clube da Covilhã estão também a promover uma campanha de recolha de bens.
“No contexto do acordo de cooperação entre a UBI e o Lions Clube da Covilhã, estão instalados nos vários polos da UBI, até ao final da tarde de terça-feira, dia 26 de março, caixas destinadas a receber as dádivas que serão encaminhadas para o país de língua oficial portuguesa”, refere a nota publicada na página oficial desta instituição do ensino superior sediada na Covilhã, distrito de Castelo Branco.
A informação lembra que deve ser entregue “preferencialmente comida enlatada (com validade longa), roupa, cobertores, tendas, mosquiteiros, compressas e medicamentos”. Os bens recolhidos serão enviados já na quarta-feira, dia 27, “num contentor da responsabilidade de uma empresa que tem instalações em Portugal e Moçambique, a ENGITAGUS”, informa a UBI.
A Cruz Vermelha têm em curso a iniciativa ‘Operação Embondeiro por Moçambique’ que, além de um hospital de campanha e de uma equipa de 20 elementos que já partiram para o território, tem em curso um Fundo de Emergência que conta já com mais 700 mil euros.
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