Corrida tecnológica ao 5G conta com participantes de todo o mundo e suspeitas de espionagem

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A rede móvel de quinta geração (5G) está a ser desenvolvida em vários países do mundo, estando os asiáticos e os Estados Unidos mais posicionados para vencer a ‘corrida’ tecnológica, que tem sido marcada pelas suspeitas de espionagem chinesa.

Nesta ‘corrida’ está também a União Europeia (UE), com os Estados-membros a darem passos para que o 5G seja disponibilizado, de forma comercial, em pelo menos uma cidade por país até 2020 e para que haja uma cobertura mais abrangente até 2025.

Ainda assim, os avanços são maiores fora da União Europeia, já que “os Estados Unidos, o Japão, a Coreia do Sul e a China são os principais países em termos de desenvolvimento” desta tecnologia, admite o Observatório Europeu para o 5G no seu relatório de acompanhamento mais recente, datado de final do ano passado.

Além de monitorizar o que está a ser feito na União, este observatório criado pela Comissão Europeia acompanha a aposta no resto do mundo, indicando em relatório que “os Estados Unidos são um país muito avançado no 5G”, sendo esperado em breve que as operadoras AT&T ou Verizon o comercializem, após testes no ano passado.

Também a China está “a experimentar o 5G”, prevendo o seu lançamento comercial em 2020 através da China Unicom e da China Telecom, segundo o documento.

Antes, para o segundo semestre deste ano, é apontada a comercialização do 5G na Coreia do Sul, país que chegou a testar esta tecnologia numa zona limitada dos jogos olímpicos de inverno, em fevereiro do ano passado, na região de PyeongChang.

No próximo ano, esta oferta comercial deverá chegar ao Japão, com “os operadores japoneses a pretenderem lançar o 5G a tempo de acolher os jogos olímpicos e paraolímpicos de verão em agosto de 2020”, segundo o relatório.

“Além destes países e da UE, outros estão a planear desenvolvimentos no 5G, como a Índia, a Austrália, o Canadá, a África do Sul e os países do Golfo, como os Emirados Árabes Unidos, o Qatar e a Arábia Saudita”, aponta o mesmo documento do Observatório Europeu.

No caso da Índia, o lançamento comercial só é estimado para 2022. Entre os restantes, “o Qatar e os Emirados Árabes Unidos reivindicam ter sido os primeiros a lançar o 5G”. Porém, “sem qualquer dispositivo 5G disponível até ao momento [nos dois países], parece ter sido mais uma ‘luz verde’ para a infraestrutura do que um lançamento comercial completo”, observa o relatório.

No que toca aos principais fabricantes de equipamentos 5G, o documento aponta a Ericsson, a Huawei, a Nokia, a Samsung e a ZTE, alguns dos quais podem vir a ser lançados ainda este ano.

É, contudo, a chinesa Huawei que está no cerne da polémica, estando acusada de 13 crimes por procuradores norte-americanos, incluindo fraude bancária e espionagem industrial.

O Congresso dos Estados Unidos chegou, inclusive, a proibir agências governamentais de comprarem produtos da Huawei, ao abrigo da Lei de Autorização de Defesa Nacional, por considerar que a empresa serve a espionagem chinesa.

Ao mesmo tempo, o país tem pressionado vários outros, incluindo Portugal, a excluírem a Huawei na construção de infraestruturas para redes de 5G.

A empresa tem rejeitado alegações sobre a segurança da sua tecnologia 5G, insistindo que não tem “portas traseiras” para aceder e controlar qualquer dispositivo, sem o conhecimento do utilizador.

A Huawei informou ainda que vai processar o Governo dos Estados Unidos por ter proibido a compra dos equipamentos de telecomunicações pelos serviços públicos.

Entretanto, em meados deste mês, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Nato), Jens Stoltenberg, disse estar a ponderar eventuais ações contra a Huawei, tendo em conta as preocupações de segurança.

Também nessa altura, o Parlamento Europeu mostrou-se preocupado com a ameaça tecnológica chinesa na UE, instando a Comissão Europeia a agir perante possíveis acessos ilegais a dados em equipamentos móveis de 5G.

Já na semana passada, o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, pediu aos países da UE que garantam livre concorrência para as empresas chinesas, e denunciou tentativas de “afundar” grupos como a Huawei por motivos de segurança.

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