A Câmara de Coimbra decidiu, por unanimidade, disponibilizar 150 mil euros em apoio na área da saúde às vítimas do ciclone Idai em Moçambique, particularmente na região da Beira, cidade geminada com Coimbra desde 1997.
A decisão, adotada esta segunda-feira durante a reunião do executivo municipal, também mandata o presidente da autarquia, o socialista Manuel Machado, no sentido de que desenvolva “todas as diligências necessárias para agilizar” o processo e a concretização desse apoio, que será disponibilizado em articulação com os responsáveis moçambicanos e o Governo português.
A concretização da ajuda pode passar pela constituição de uma equipa médica, exemplificou Manuel Machado, adiantando que tem contactado, para o efeito, diversas entidades e pessoas, entre as quais o cirurgião Manuel Antunes, que se disponibilizou para trabalhar nesse sentido.
A Câmara de Coimbra tem, entretanto, a funcionar, desde sexta-feira, na Casa Municipal da Proteção Civil (na Avenida Mendes Silva) um centro de recolha de bens alimentares e de primeira necessidade para ajudar o povo de Moçambique.
A Câmara recorda que, de acordo com o comunicado da Embaixada da República de Moçambique em Lisboa e tendo em conta as necessidades imediatas determinadas pelo Governo moçambicano, os donativos podem consistir em produtos alimentares enlatados, com período de validade prolongado, produtos para o tratamento de água, produtos de higiene e limpeza.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui fez pelo menos 761 mortos, segundo os balanços oficiais mais recentes.
Em Moçambique, o número de mortos confirmados subiu no domingo para 446, no Zimbabué foram contabilizadas 259 vítimas mortais e no Maláui as autoridades registaram 56 mortos.
O ministro da Terra e do Ambiente moçambicano, Celso Correia, sublinhou, então, que estes números ainda são provisórios, já que à medida que o nível da água vai descendo vão aparecendo mais corpos.
O número de pessoas afetadas em Moçambique subiu para 531.000 e há 109.000 entradas em centros de acolhimento, das quais 6.500 dizem respeito a pessoas vulneráveis – por exemplo, idosos e grávidas que recebem assistência particular.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que está a preparar-se para enfrentar prováveis surtos de cólera e outras doenças infeciosas, bem como de sarampo, em extensas zonas do sudeste de África afetadas pelo ciclone Idai, em particular em Moçambique.
O ciclone afetou pelo menos 2,8 milhões de pessoas nos três países africanos e a área submersa em Moçambique é de cerca de 1.300 quilómetros quadrados, segundo estimativas de organizações internacionais.
A cidade da Beira, no centro litoral de Moçambique, foi uma das mais afetadas pelo ciclone, na noite de 14 de março.
Coimbra disponibiliza 150 mil euros para apoio médico em Moçambique
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