A TAP apresentou os resultados de 2018, tendo anunciado um prejuízo de € 118 milhões (3,6% das receitas totais). Destes 118 milhões de euros de prejuízo, 95 milhões são custos não recorrentes e extraordinários.
O resultado de 2018 (e percentagem das receitas) compara com um lucro de €21 milhões (0,7% da receitas) em 2017 e prejuízos de €-28 milhões (1,2% das receitas), €-156 milhões (6,3% das receitas) e € -85 milhões (3,0% das receitas) em 2016, 2015 e 2014, respetivamente.
As receitas apresentaram um crescimento de 9,1%, mais do dobro dos seus principais concorrentes europeus (que cresceram em média +4%), sobretudo devido ao aumento do número de passageiros transportados (+8,2%) e das receitas da TAP Manutenção e Engenharia (+26,1%).
Um crescimento que incorpora a expansão do mercado dos EUA (+10%) mas também, pela negativa, o efeito da desvalorização cambial no Brasil (-16%) que causou a diminuição das receitas deste que é o principal mercado externo da TAP.
No segmento da TAP Manutenção e Engenharia em Portugal (que apresentou um crescimento de +55%) destaca-se a venda de serviços de manutenção de motores para terceiros, que cresceu de forma notável (+70,1%), passando de €108,8 milhões, em 2017, para €185,1 milhões em 2018.
O total de custos operacionais teve um crescimento de 14,7% em 2018, decorrente essencialmente à existência de custos de natureza extraordinária e não recorrente. Os custos extraordinários com irregularidades são consequência do cancelamento de 2490 voos que obrigaram ao aluguer de aviões de substituição com tripulações e ao pagamento de indemnizações a passageiros, no total de cerca de €41 milhões.
Depois deste período, foram alcançados acordos sindicais que asseguram a paz social na empresa nos próximos cinco anos.
Em 2018, foi também implementado um programa de pré-reformas e de saídas voluntárias em Portugal. Os custos associados a estas saídas (refletidos na totalidade nas contas de 2018) foram de €26,9 milhões, apesar de boa parte desse montante ser pago ao longo dos próximos 10 anos. O programa de pré-reformas permitirá à TAP nos próximos anos reduzir custos de mais de €20 milhões.
A TAP ME Brasil (que representou transferências avultadas de fundos ao longo dos últimos anos) foi finalmente reestruturada, com um custo de €27,6 milhões (despedimentos de mais de mil colaboradores e fecho da operação de Porto Alegre). Para 2019, espera-se que a TAP ME Brasil apresente já resultado positivo e não requeira qualquer transferência de fundos.
O gasto com combustível aumentou de €580 milhões, em 2017, para €799 milhões em 2018. Apenas cerca de €50 milhões desse aumento foi devido ao incremento de volume, sendo os restantes cerca de €169 milhões resultado do efeito de aumento de preço, para o qual a empresa não estava protegida por falta de limites de crédito e de uma política robusta de hedging.
A média do preço do petróleo subiu 32% entre 2017 e 2018, o que não acontecia desde 2011. Para 2019, com a nova política de hedging e com melhores ratings de crédito, a empresa tem cerca de 50% do seu consumo protegido a um preço competitivo, quando comparado com o das suas principais concorrentes europeias.
Em 2018, a TAP fez um forte investimento no Cliente a vários níveis (novo site, melhor tratamento de reclamações no call center, novos serviços na classe económica, novo programa de passageiro frequente). Em resultado desse investimento, o nível de satisfação do cliente (NPS) tem melhorado consistentemente.
A grande prioridade da TAP tem sido a melhoria da pontualidade, o que levou a investimentos em aviões de reserva, integração de operações/departamentos relacionados, novos processos, entre outras medidas.
2018 foi também o ano do início da renovação da frota com a chegada de novos aviões (37 até ao final de 2019 e 71 até 2025), o que representa um significativo aumento de conforto para o passageiro e também poupanças consideráveis de combustível para a TAP.
É esta renovação e crescimento da frota que tem permitido à Companhia anunciar novos destinos e mais frequências. Só em 2018, a TAP iniciou a venda de voos para mais 17 novas rotas, com destaque para a América do Norte (São Francisco, Washington e Chicago), que continua a ser a principal aposta da Companhia.
Ainda em 2018, a TAP voltou a investir também em recursos humanos (mais de 1200 novos colaboradores).
No mesmo período, foi iniciado um amplo programa de corte de custos, que permitiu poupanças na ordem dos 115 milhões de euros em 2018. Foi também implementado um novo modelo de distribuição, bem como uma nova abordagem ao financiamento (com bancos internacionais e privilegiando maior liquidez, que aumentou +39% no final de 2018.
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