O tenor José Carreras atua em Lisboa, no dia 28 de setembro, acompanhado pela Sinfonietta de Lisboa dirigida pelo maestro David Giménez, num concerto na Altice Arena, que conta com a soprano Isabel Alcobia.
O tenor de 72 anos, tem atuado com regularidade em Portugal, tendo partilhado o palco com a fadista Carminho em junho de 2012, em Lisboa, e protagonizado, em 1998, a gala de abertura da Expo’98, ao lado de Teresa Salgueiro.
Em 2009, num recital que deu na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, o cantor também partilhou o palco com a portuguesa Isabel Alcobia, tendo interpretado juntos “Die lustige witwe”, de Franz Léhar, e “Dúo y Jota” de Manuel F. Caballero, entre outras peças.
Na ocasião, em declarações à agência Lusa, o tenor afirmou que gosta de Portugal, onde costumava “vir com frequência”, e de fado, que “é uma música apaixonada, sentimental, muito intimista”.
“Aprendi a conhecer o fado, que é o que o mundo inteiro conhece de Portugal, com Amália Rodrigues. Quando era adolescente em Espanha, Amália era muito, muito conhecida. Ouviam-se os seus discos, as suas canções, na rádio e depois as suas atuações na televisão”, declarou.
Considerou Portugal como “um país que tem sempre muito bons cantores” e referiu-se à soprano Elisabete Matos, com quem trabalhou “com frequência”.
“Cantei com Elisabete Matos com muita frequência nos Estados Unidos, Japão e em Espanha. É uma cantora magnífica, de quem gosto muito”, salientou.
José Carreras, nascido em Barcelona em 05 de dezembro de 1946, destacou-se na interpretação de personagens das óperas de Giuseppe Verdi e Giacomo Puccini e tornou-se mundialmente conhecido ao lado do seu compatriota Placido Domingo e do italiano Luciano Pavarotti (1935-2007).
Carreras, que iniciou os seus estudos musicais com Magda Prunera, estreou-se aos oito anos, na Rádio Nacional de Espanha, interpretando a ária “La Donna è Mobile”, da ópera “Rigoletto”, de Verdi, acompanhado ao piano pela sua professora.
Aos 11 anos, estreou-se em palco, no Gran Teatro del Liceo, na sua cidade natal, no papel de “Trujiman”, na ópera de marionetas “El Retablo de Maese Pedro”, de Manuel de Falla.
Ao longo da carreira foi dirigido por maestros como Herbert von Karajan, Claudio Abbado, Ricardo Muti, James Levine, Carlo Maria Fiulini ou Zubin Mehta e Leonardo Bernstein.
Tendo atuado nas principais salas operáticas, como o Alla Scala, de Milão, onde se estreou em 1975, ou o Metropolitan Opera House, em Nova Iorque, onde se estreou em 1974, entre outras, Carreras apresentou-se em recital nas mais diversas salas, da Kozenzerthaus, em Viena ao Royal Albert Hall, em Londres, passando pela Academia de Santa Cecília, em Roma, o Carnegie Hall, em Nova Iorque, a Filarmónica de Berlin, ou o Teatro Real, em Madrid.
O tenor espanhol participou igualmente, em festivais, nomeadamente no de Salzburgo, na Áustria.
A par da carreira artística, Carreras que “procura conciliar (a música) com as atividades da sua fundação de luta contra a leucemia”.
Distinguido em 1991 com o Prémio Príncipe das Astúrias das Artes, foi condecorado pelos governos de França, com a Ordem das Artes e Letras e a Legião de Honra, de Itália, com a Cruz de Cavaleiro da República e Grande Oficial da República Italiana, da Áustria, com a Grande Medalha, por serviços prestados ao país, da Alemanha, com a Ordem de Mérito, e pelo seu país com a Cruz de Ouro da Ordem Civil de Solidariedade Social.
O tenor foi distinguido com diferentes doutoramentos ‘Honoris Causa’, nomeadamente pelas universidades portuguesas de Coimbra e do Porto, de Barcelona e de Miguel Hernández, em Espanha, das de Loughborough e de Sheffield, no Reino Unido, da de Camerino, na Itália, da de Rutgers, nos Estados Unidos, ou de Marburgo, na Alemanha, entre outras.