As exportações nacionais de vinho subiram três por cento em 2018, atingindo 803 milhões de euros, revelou o presidente da ViniPortugal à margem da inauguração da nova sala de provas do Porto.
“Tivemos um primeiro semestre muito bom e um último trimestre muito mau”, razão por que o crescimento foi de três por cento, com “uma queda dos vinhos fortificados”, como são os do Porto e da Madeira, e “uma subida dos vinhos de mesa”, especificou Jorge Monteiro.
O mesmo responsável referiu que outros países produtores registaram desempenhos similares, sendo exemplo disso “a África do Sul, que cresceu 4,2 por cento em valor, a Austrália 2,8 e a França 2,4”.
O presidente da ViniPortugal afirma que já há uns anos que o mercado dos vinhos licorosos estagnou, o que tem sido compensado pelo desempenho favorável dos vinhos de mesa.
“Há dois mercados que influenciaram muito estes resultados” dos vinhos portugueses, “Angola, que continua a cair, cerca de 15 por cento em 2018, e a China, que estagnou”, referiu Jorge Monteiro, acrescentando que “Macau e Hong Kong caíram”.
O dirigente disse que “a França teve um comportamento semelhante” ao de Portugal no mercado chinês, tendo registado também um recuo das suas exportações, e “aparentemente o único país que ganhou na China foi a Austrália”.
“Portanto, China, com Macau e Hong Kong e Angola foram os que determinaram este arrefecimento”, reforçou.
Jorge Monteiro concluiu que o vinho português teve “um bom desempenho”, mas abaixo da expectativa. “Ainda assim tomara a nossa economia crescer como estas exportações”, observou, assinalando que “o mercado mundial passa hoje por algumas perturbações”.
Vindima de 2018 “foi curta”
Para este ano, o exercício previsional comporta riscos porque a “conjuntura internacional é de alguma incerteza” e isso exige máxima atenção, avaliou.
“A economia internacional está em arrefecimento, há o Brexit e não sabemos o que se está a passar na China. É muito cedo ainda para fazer previsões”, notou Jorge Monteiro.
Acresce que a “vindima de 2018 foi curta e a produção inferior em 600 mil hectolitros”, pelo que Jorge Monteiro teme “uma menor capacidade de abastecimento do mercado, que poderá obrigar a comprar mais vinho em mercados concorrentes, como Espanha e França, para manter a capacidade de exportação”
A ViniPortugal, enquanto organização interprofissional do vinho de Portugal, agrupando diferentes agentes do setor, executou as ações promocionais do vinho português previstas para 2018 e “muito orientadas para os consumidores” e para 2019 tem “sete milhões de euros” para investir nessa área, de acordo com o seu presidente.
Este ano, referiu, a instituição vai “trabalhar o México e a Dinamarca pela primeira vez” e, porque a distribuição melhorou, apostar mais nos consumidores do que nos profissionais”, o que já acontece no Brasil e irá acontecer nos Estados Unidos, para onde está previsto “um grande evento”.
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