“Uma celebração que envolve toda a comunidade, muita alegria e animação, onde os excessos são permitidos”, apresenta a Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo acerca do Entrudo Lagarteiro, uma tradiçao em Vilar de Amargo, aldeia daquele concelho.
Amanhã, 2 de março, o Entrudo Lagarteiro leva a desfilar pela aldeia mulheres mascaradas de homens e homens de mulher, com rendas e máscaras de cortiça a esconder a face “para que ninguém seja reconhecido nas pantominices que fazem aos outros“.
E as ‘viúvas’ de negro a preparar “o caldo apetitoso nas panelas de ferro que será servido para todos”.
O velório, a marcha fúnebre, a leitura do sermão e a queima tradicional do Entrudo são momentos altos duma festa que inclui ainda uma diversificada programação cultural.
Uma caminhada no ‘trilho do Entrudo Lagarteiro’, uma arruada com com gaiteiros, bombos, caixas e gaitas, oficinas de teatro e música, uma exposição de rendas e o espetáculo ‘Fénix e a Rosa de Fogo’ são algumas das atações do Entrudo Lagarteiro em Vilar de Amargo.
O presidente do município de Figueira de Castelo Rodrigo, Paulo Langrouva, disse à agência Lusa que o evento, organizado pela Associação Lagarto, com o apoio da autarquia, permitiu recuperar “o Entrudo das viúvas” da aldeia.
Tradição está a ser recuperada
Paulo Langrouva contou que, segundo a tradição, são feitas rendas propositadamente para os foliões taparem o rosto nesta quadra festiva.
“Antigamente, o Carnaval era festejado com a cobertura das faces com rendas. As pessoas iam todas vestidas de preto e depois tapavam (o rosto) com rendas brancas. Nós estamos a recuperar isso”, revelou.
O autarca lembrou que a tradição carnavalesca de Vilar de Amargo também está relacionada com a feitura de máscaras em cortiça.
Segundo o responsável, devido a esta tradição de Carnaval, o concelho de Figueira de Castelo Rodrigo já foi convidado para participar no Festival Ibérico da Máscara, em Lisboa.
Situada num monte a cerca denove quilóemtros da sede do concelho, Vilar de Amargo aparece documentada com o atual topónimo nos inícios do século XIV, durante o reinado de D. Dinis o que põe em causa a teoria de o nome derivar de um caso trágico ocorrido no séc. XVII.
No património destaca-se a Igreja Matriz, a Torre do Relógio, Capela dos Santos Mártires, a Fonte do Pereiro e as casas de arquitetura tradicional.
É este o programa do Entrudo Lagarteiro’ de 2019
9h | Caminhada ‘No trilho do Entrudo Lagarteiro’
11h30 | Arruada com gaiteiros, bombos, caixas e gaitas – Grupo Lupulus Maximus
12h00 | Almoço no Largo da Torre
12h30 | Música com o Grupo Lupulus Maximus
13h00 | Teatro de rua ‘Conta aquela…’, pelo TRETAS-Associação Lérias
14h00 | Visita ao Museu Etnográfico de Vilar de Amargo
15h30 | Inauguração da exposição de fotografia
16h00 | Lançamento do livro ‘As viúvas do entrudo de Vilar de Amargo’
16h30 | Velório do Entrudo
17h00 | Música – Grupo Lupulus Maximus
17h30 | Teatro de Rua ‘Conta aquela…’, pelo TRETAS-Associação Lérias
18h00 | Música – Grupo Lupulus Maximus
19h00 | À volta do Caldo das viúvas
19h30 | Teatro de Rua ‘Conta aquela…’, pelo TRETAS-Associação Lérias
20h00 | Jantar com Caldo e outras iguarias
20h30 | Teatro de Rua ‘Queimada com leitura do esconjuro’, pelo TRETAS-Associação Lérias
21h00 | Marcha fúnebre
22h00 | Leitura do Sermão
22h30 | Música com o Grupo Lupulus Maximus
23:30 | Espetáculo de malabarismo e Ffogo
00h30 | Baile de Máscaras: Organista Beto