O chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil, Gustavo Bebianno, recusou hoje demitir-se depois de ter sido envolvido num caso de transferências ilegais para “candidaturas-fantasma”. “Não tenho essa intenção [de pedir demissão] porque não fiz nada de errado. Meu trabalho continua sendo em benefício do Brasil. O Presidente Jair Bolsonaro, se entender que eu não deva mais continuar, vai me comunicar”, afirmou em entrevista ao canal GloboNews na quarta-feira à noite.
“Da minha parte tudo foi feito com honestidade, correção e vamos esperar para ver o que acontece”, declarou Bebianno, cujo cargo é equiparado a ministro.
Pouco antes destas declarações serem tornadas públicas, Bolsonaro havia dito ao canal de televisão Record que o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República terá de deixar o cargo se estiver envolvido em irregularidades no Partido Social Liberal (PSL) e que foi aberta uma investigação sobre o caso.
Bolsonaro afirmou ainda é “mentira” que tenha falado do assunto com o ministro, acrescentando que mandou a Polícia Federal investigar as suspeitas.
No último fim de semana, o jornal brasileiro Folha de São Paulo noticiou que o PSL, partido do Presidente, três dias antes das eleições, deu 400 mil reais (95 mil euros) a uma candidata a deputada federal em Pernambuco, que teve 274 votos.
Segundo o mesmo jornal, o dinheiro foi entregue enquanto Bebianno era presidente do partido. Em causa está a utilização de verbas do fundo partidário para ‘candidaturas-fantasma’.
“Se estiver envolvido, logicamente, e responsabilizado, lamentavelmente o destino não pode ser outro a não ser voltar às suas origens. Em nenhum momento conversei com ele”, garantiu o Presidente brasileiro.
Questionado sobre se conversou sobre o assunto, ao telefone, com Bebianno, Bolsonaro assegurou que “era mentira”.