O Instituto Camões pretende promover o ensino da língua para fazer crescer o número de alunos de português na Alemanha, disse à Lusa o coordenador do Ensino Português naquele país, Rui Vicente Azevedo. Nesse sentido, foi organizado no passado fim-de-semana, em Estugarda, o colóquio ‘O ensino português na Alemanha no ensino básico e secundário – Que futuro?’.
Segundo o coordenador, a prioridade é “aumentar o número de alunos” e o colóquio, organizado pelo Instituto Camões e pela embaixada de Portugal na Alemanha, vai servir para “mostrar resultados, promover o ensino da língua, sinalizar problemas e ouvir outros intervenientes no processo, entre eles pais e encarregados de educação”.
Atualmente existem 2.811 alunos de português na rede de ensino da língua na Alemanha do Instituto Camões. No ano letivo de 2018/2019 houve um reforço de dois professores, num total de 37. Ainda assim, menos 15 professores que no ano letivo de 2010/2011, altura em que o número de estudantes superava os 3.900.
“Não acreditamos que o ensino do português na Alemanha esteja comprometido. Apesar de termos crescido pouco, já é um aumento significativo. Principalmente quando houve a crise financeira, o número dos nossos professores diminuiu. Atualmente temos 37 professores, mais dois que no ano passado. Apesar de termos criado cinco cursos, os resultados mais efetivos do nosso reforço vão ser mais visíveis no próximo ano letivo”, sustentou Rui Vicente Azevedo.
O coordenador do ensino português na Alemanha e organizador do colóquio admite que há um “algum desinteresse pela aprendizagem do português”, o que também acontece com outras línguas de herança. “Temos de combater esse desinteresse promovendo ações de dinamização e de esclarecimento sobre os nossos cursos. Vamos elaborar um regulamento sobre os cursos para entregar aos pais e contactar com as instituições alemãs na área do ensino”, realçou.
Rui Vicente Azevedo sublinhou a importância do contacto permanente com as autoridades alemãs, defendendo um “diálogo constante” que, nos últimos três anos, “tem dado bons resultados”. “Nós estamos num país estrangeiro, com regras próprias, com procedimentos próprios, a descentralização do ensino também nos cria alguns obstáculos porque cada estado federado tem autonomia e formas diferentes de lidar com o ensino”, referiu.
Camões aposta em promoção do ensino na Alemanha para aumentar alunos
