Num comunicado divulgado no portal do Governo na internet, o executivo de António Costa “saúda” a assinatura de um Acordo de Paz e de Reconciliação entre o Governo da República Centro Africana e os grupos armados daquele país.
O acordo foi assinado a 6 de fevereiro em Bangui, capital do país e relança a esperança do fim de um conflito que devasta o país desde 2013.
“Portugal felicita os signatários pelo empenho manifestado em prol da paz na RCA, bem como o envolvimento da União Africana, através do seu Comissário para a Paz e Segurança, Embaixador Smail Chergui”, refere o Governo português no comunicado, onde acrescenta a crença de que “agora que as partes envolvidas demonstrem o mesmo nível de comprometimento na implementação do Acordo assinado e honrem os compromissos assumidos, de modo a devolver a estabilidade à RCA e a garantir o seu desenvolvimento sustentável”.
“Portugal permanece empenhado no seu apoio à paz e à estabilidade na RCA, designadamente através da participação das Forças Nacionais Destacadas nas missões das Nações Unidas e da União Europeia, constituindo atualmente a maior projeção de tropas portuguesas em África”, lê-se ainda no documento.
Portugal participa, desde 2007, na Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA), com uma companhia de tropas especiais, a operar como Força de Reação Rápida.
Capacetes azuis portugueses combateram em Bambari
Em janeiro deste ano, os paraquedistas portugueses da 4ª Força Nacional Destacada na República Centro-Africana regressaram a Bambari, cidade no setor centro do país, a 400 quilómetros da capital. “Pela primeira vez neste teatro de operações, o contingente português está a utilizar as viaturas blindadas de rodas PANDUR, projetadas recentemente pelo Exército para a República Centro-Africana”, informava o Estado-Maior general das Forças Armadas (EMGFA).
Em novembro do ano passado os paraquedistas portugueses tiveram de proteger a população civil de Bambari, palco de violentos e longos combates e a 10 de janeiro deste ano, os capacetes azuis portugueses estiveram cinco horas em combate direto com elementos do grupo armado ex-Seleka UPC (União para a paz na República Centro-Africana), com o objetivo de proteger civis e restabelecer a paz, entrepondo-se entre o grupo opositor e a população civil indefesa”, informava o EMGFA, numa nota enviada ao ‘Mundo Português’.
Ainda em janeiro, os militares portugueses em missão na República Centro-Africana realizaram uma ação solidária no Complexo Escolar Saint Bernard de Menthon, Bangui, na qual foram doados 1700 quilos de material escolar.
A ação “permitiu responder às carências sentidas por cerca de 1200 alunos, com idades compreendidas entre os três e os 18 anos, dos quais 200 são órfãos”, destacou o EMGFA. O material escolar reunido recolhido no âmbito de uma campanha de recolha realizada entre os dias 5 e 14 de novembro do ano passado e coordenada e apoiada pelo Regimento de Infantaria Nº 19, sediado em Chaves.
Ana Grácio Pinto