Um dos maiores mistérios com que os astrónomos e investigadores se têm deparado na orla do Sistema Solar está relacionado com o que ficou conhecido como ‘Planeta Nove’, um misterioso corpo celeste que orbita para lá de Neptuno. Agora, uma nova hipótese levantada por equipas da Universidade de Cambridge e da Universidade Americana de Beirute, aponta que pode nem sequer se tratar de um planeta.
Até 2006, nove planetas giravam em torno do Sol, segundo o conhecimento científico da época. O número baixou para oito por causa de Plutão, rebaixado a planeta anão naquele ano – senão outros corpos comparáveis a ele encontrados além da sua órbita também teriam de ser considerados planetas. Mais tarde tornou-se provável que se voltasse a chegar aos nove, graças a um estudo de dois cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech, na sigla em inglês) publicado na revista Astronomical Journal.
Konstantin Batygin e Mike Brown, da Caltech, começaram a suspeitar da existência daquilo que designaram por “Planeta Nove” em 2014, e a partir de então recorreram a modelos matemáticos e simulações de computadores para verificar a hipótese. Os cálculos sempre indicaram que eles estão certos, mas o novo astro – que, com tamanho parecido ao de Netuno e massa dez vezes maior que a da Terra, não chegou a ser observado, e isso despertou uma caçada para o vir a encontrar.
Acaba o mistério do planeta nove?
Originalmente, os investigadores notaram órbitas invulgares nos corpos celestes que se podem encontrar para lá de Neptuno. Este facto levou a que se acreditou que a causa destas órbitas irregulares fossem um nono planeta do Sistema Solar, o qual teria cerca de quatro vezes a massa da Terra.
“A hipótese do ‘Planeta Nove’ é fascinante mas, se o planeta em questão existe, tem evitado ser descoberto até agora. Quisemos ver se haveria outra causa mais natural e menos dramática para as órbitas invulgares que vemos para lá de Neptuno”, pode ler-se no comunicado partilhado por um dos autores da investigação publicada no Astronomical Journal, Antranik Sefilian.
A nova hipótese sugere que o responsável pelas órbitas invulgares de outros corpos celestes pode ser afinal um disco de “pequenos corpos gelados” com “uma massa combinada dez vezes maior que a Terra”.