“Portugal deve ter parcerias com dois países, o Brasil e Espanha, para promover o ensino da língua portuguesa”, afirmou o embaixador Luís Faro Ramos, presidente do Camões – Instituto da Coopração e da Língua (Camões, I.P.), na abertura Seminário sobre Cooperação, Cultura e Língua.
Luís Faro Ramos defendeu que a promoção da língua portuguesa não dever ser feita apenas nas zonas fronteiriças, mas também nos países da América Latina.
Com o Brasil trata-se de “dar continuidade a uma parceria já existente”, que já levou ao ensino conjunto do português na Escola Internacional das Nações Unidas, em Nova Iorque (EUA).
Já no caso de Espanha, o objetivo “é promover o ensino do português nas zonas fronteiriças entre os dois países, mas também nos países da América Latina”, revelou. Em declarações à Lusa por telefone, o Presidente do Camões disse que no próximo dia 21 receberá em Lisboa o novo Diretor do Instituto Cervantes e “o assunto será abordado”.
O Seminário sobre Cooperação, Cultura e Língua, organizado pelo Camões, I.P. decorreu a 7 e 8 de janeiro e destinou-se a adidos, conselheiros e técnicos setoriais de cooperação para o desenvolvimento, coordenadores de projetos de cooperação bilateral e delegada, adidos e conselheiros culturais, responsáveis de cátedras, leitores e coordenadores de ensino de português no estrangeiro e adjuntos.
Mais iniciativas na área da cultura
Já na área da internacionalização da cultura portuguesa, está previsto o aumento do número de iniciativas, revelou a ministra da Cultura. O plano para 2019 tem apresentação prevista para dia 28 e resulta de colaboração entre os ministérios da Cultura e dos Negócios Estrangeiros.
Graça Fonseca, garantiu que “irá existir um aumento em várias iniciativas” e assinalou a importância da experiência em 2018, com várias presenças da cultura portuguesa no estrangeiro, como na Feira Internacional do Livro de Guadalajara, no México, a segunda maior do mundo, na qual Portugal foi convidado de honra.
“O programa de 2019 tem essa enorme mais-valia que é termos uma experiência acumulada de como correu o ano passado e o que devemos alargar, repetir e diversificar e, se calhar noutras dimensões, fazer de forma diferente”, afirmou a governante, citada pela Lusa, após o encerramento do seminário sobre Cooperação, Cultura e Língua, promovido pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, em Lisboa.
Já para o ministro dos Negócios Estrangeiros, o plano de ação cultural externa é “um desafio que tem sido ganho”. Augusto Santos Silva declarou que o programa para este ano terá “a mesma lógica de sustentação dos avanços” registados no ano passado.
Neste âmbito, disse que 2018 provou a “sustentação dos pilares que organizam a projeção internacional da cultura portuguesa, a fileira absolutamente essencial da literatura e do livro com programas ativos de tradução de obras portugueses e de participação em feiras e mercados ligadas à promoção de livro e da literatura, como também programas muito importantes de divulgação quer da riqueza patrimonial portuguesa quer da criação portuguesa contemporânea”.
O titular da pasta dos Negócios Estrangeiros anifestou também confiança na “introdução gradual do português em vários sistemas de ensino” no mundo e “na duplicação do número de países” onde se ensina a língua portuguesa no presente, que está “numa vintena”.
“No âmbito do mundo da língua portuguesa da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP), quer no plano multilateral, quer no plano bilateral, vivemos um momento particularmente auspicioso, que nos coloca mais exigências, porque as condições que hoje existem de desenvolvimento da cooperação multilateral no quadro da CPLP e as condições que hoje existem da realização de todos os programas estratégicos de cooperação que já estão aprovados, designadamente com Angola, são muito promissores”, afirmou.