O Natal é uma época cheia de costumes familiares, convívio e muita comida. É uma das festas que os Portugueses mais gostam e em que fazem questão de manter vivas as tradições. Apesar de coexistirem várias tradições, histórias e costumes em simultâneo… O Natal em Portugal é uma festa levada muito a sério!
Assim que acaba o Verão há sempre alguém que diz “não tarda estamos no Natal!”. Na altura parece-nos um cenário distante, pensar no frio, nos enfeites de Natal, nas músicas e afins, mas a verdade é que rapidamente começamos a ver decorações de Natal a enfeitar as montras das lojas e as nossas freguesias e cidades, meses antes e isto acontece cada vez mais cedo, até na televisão e nas redes sociais.
Primeiramente o nascimento de Jesus é o significado do Natal e a sua comemoração anual é feita a 25 de dezembro, por isso, o mais presente nesta altura é sempre a paz e a confraternização que queremos ter em família.
É uma altura em que pensamos um pouco mais nos outros e estamos mais disponíveis e sensíveis em ajudar.
Tradições diferentes
No Natal português coexistem várias tradições, histórias e costumes em simultâneo. Cada família tem as suas e vão-se adaptando com a evolução da família e passagem dos anos.
Vejamos o ritual das prendas por exemplo. Há famílias onde a tradição é esperar pela meia-noite do dia 24 para abrir as prendas. Até lá as prendas vão-se amontoando debaixo da árvore de Natal ou aparecem magicamente graças ao Pai Natal.
Noutras famílias, espera-se pela manhã de dia 25 para abrir os presentes que o menino Jesus trouxe e deixou no sapato que cada um deixou durante a noite na chaminé ou lareira. Na versão mais moderna, põe-se os sapatinhos no fogão para que o Pai Natal possa descer pela chaminé e deixar as prendas.
Árvore de Natal
A árvore de Natal é quase como que obrigatória em todas as casas. A altura em que é montada varia em cada família, normalmente usam-se os feriados de 1 ou 8 de dezembro para o fazer.
Umas mais tradicionais que outras, mas todas com o mesmo pretexto. Ainda assim, quase todas elas são ornamentadas com bolas de Natal, bolas essas que se tornaram praticamente num elemento obrigatório quando se trata de enfeitar a árvore.
As luzes, pais Natal e outro tipo de enfeites continuam a ser destaque em todas as árvores de Natal.
Presépios
Se noutros países o foco das decorações de Natal são as luzes e os enfeites coloridos, em Portugal o presépio é uma das peças centrais. Vêem-se presépios de todos os tamanhos e feitios e por todo o lado. É comum haver presépios em tamanho real (ou maiores) nas ruas e representações ao vivo da cena da natividade nas escolas.
Mais ou menos moderno, não há casa portuguesa que não tenha um presépio. Tradicionalmente as peças vão sendo herdadas e a montagem do presépio é uma tarefa familiar realizada com dedicação. O musgo quer-se verdadeiro e quanto mais pormenorizada a cena, melhor.
O significado do presépio prende-se com a referência ao momento do nascimento de Jesus Cristo. Com o menino Jesus na manjedoura posicionado ao centro, o presépio apresenta o local e os personagens bíblicos que estavam presentes neste importante momento cristão.
Bacalhau, Polvo ou Galo?
Em Portugal é na véspera, no dia 24, que se começa a festejar o Natal. Antes ou depois da missa do galo (conforme a família), manda a tradição que na noite da véspera de Natal, na consoada, se junte a família toda e o prato da ceia de Natal portuguesa seja o bacalhau cozido com couve. Nas regiões mais a Norte o polvo cozido é também um prato de consoada e nas regiões mais a sul, o galo também marca presença.
No dia 25 a família volta a reunir-se à volta da mesa e os pratos típicos incluem o cabrito ou peru assado e a tradicional roupa velha: o bacalhau, batatas e couves que sobraram da noite anterior salteados em bastante azeite e alho.
Doces! Muitos doces!
São as filhoses, rabanadas, coscorões, Bolo-rei, arroz doce, pudim, chocolates, aletria, sonhos, broas, lampreia de ovos, tronco de Natal e azevias. Os fritos de Natal são talvez os doces mais tradicionais e mais exclusivos da época. Em todas as regiões há variações e em cada família uma receita que passa de geração em geração.
Os sonhos, filhoses, coscorões, rabanadas ou azevias são preparados com antecedência e normalmente em grandes quantidades. Existe até o hábito de assim que cheiramos os fritos dizemos “já cheira a Natal!”.