O geógrafo Miguel Bastos Araújo é o vencedor do Prémio Pessoa, foi anunciado pelo presidente do júri, Francisco Pinto Balsemão, no Palácio de Seteais, em Sintra.
“O Prémio Pessoa pretende representar uma nova atitude, um novo gesto, no reconhecimento contemporâneo das intervenções culturais e científicas produzidas por portugueses”, refere a organização em nota de imprensa.
O Prémio Pessoa, no valor de 60 mil euros, é uma iniciativa do semanário Expresso e da Caixa Geral de Depósitos, e este ano, a escolha do júri visou dar “um sinal claro” na área das alterações climáticas, “para alimentar a esperança num futuro sustentável”, segundo o júri.
O galardão é concedido anualmente a uma pessoa de nacionalidade portuguesa “que durante esse período – e na sequência de uma actividade anterior – tiver sido protagonista de uma intervenção particularmente relevante e inovadora na vida artística, literária ou científica do país”, refere ainda.
Com um valor monetário de 60 mil euros, esta é uma iniciativa do semanário Expresso e da Caixa Geral de Depósitos, e este ano, a escolha do júri visou dar “um sinal claro” na área das alterações climáticas, “para alimentar a esperança num futuro sustentável”, segundo o júri.
Miguel Bastos Araújo “é hoje internacionalmente reconhecido como uma das personalidades científicas mais criativas e influentes em biogeografia, macroecologia e modelação ecológica”, disse, na cerimónia, Francisco Pinto Balsemão, sobre o geógrafo e investigador.
Miguel Bastos Araújo, 49 anos, nasceu na Bélgica. Licenciou-se em Geografia e Planeamento Regional na Universidade Nova de Lisboa em 1994. Obteve um Mestrado em Conservação (1996) e um doutoramento Geografia, ambos na na University College London (2000).
É investigador coordenador no Museu Nacional de Ciências Naturais de Madrid, Espanha) e investigador coordenador convidado na Universidade de Évora. É ainda professor catedrático convidado na Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, e no Imperial College de Londres, em Inglaterra.
Ttitular da Cátedra Rui Nabeiro de Biodiversidade – a primeira Cátedra financiada com fundos privados em Portugal – e diretor do Polo de Évora do Laboratório Associado InBIO, Miguel Bastos Araújo “é internacionalmente reconhecido como líder científico em biogeografia, macroecologia e modelação ecológica, tendo-se destacado pela originalidade e impacto da sua investigação nas áreas da biodiversidade e das alterações climáticas globais”, lê-se num comunicado da Universidade de Évora (UÉ).
“Um artigo recentemente aceite pela prestigiada revista ‘Science Advances’ (Araújo et al. 2019), culmina 20 anos de trabalho com a proposta de ‘standards’ para modelos de biodiversidade utilizados em processos de decisão política”, refere o comunicada.
A utilização de ‘standards’ é prática corrente em medicina e engenharia, onde os erros decorrentes de uma deficiente ou anómala utilização de dados e/ou procedimentos pode ter consequências dramáticas para a saúde e integridade de vidas humanas.
A sua utilização nas ciências do ambiente é, pela primeira vez, alvo de proposta por Miguel Bastos Araújo e a sua equipa de colaboradores “abrindo portas para uma nova era no desenvolvimento científico e metodológico desta área do conhecimento”, destaca ainda a UÉ.
A reitora da universidade, Ana Costa Freitas, citada no comunicado, afirma que a atribuição do prémio, “para além de ser evidentemente justa, reconhece a importância não só do cientista, como também reconhece a relevância da área científica alterações climáticas e biodiversidade no mundo atual, tendo sido por estes motivos que a UÉ propôs a sua candidatura, e é com orgulho que vê esta distinção ser atribuída”.
A missão científica do Professor Miguel Araújo é reforçar as bases científicas da política de ambiente na área da biodiversidade. Neste domínio tem procurado desenvolver mecanismos de gestão e de redução da incerteza e contribuído significativamente para o aprofundamento do conhecimento dos impactes atuais e futuros das alterações ambientais globais na distribuição das espécies e dos serviços ambientais proporcionados pelos ecossistemas.
Fotografia facebook Miguel Bastos Araújo