Na visita que fez à África do Sul em outubro deste ano, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, revelava aos jornalistas o objetivo de avançar com os cursos complementares.
Ao ensino integrado e à oferta de ensino paralelo, já existentes, acresce, assim, esta nova modalidade de aprendizagem da língua portuguesa, que foi iniciada no Luxemburgo e que terá na África do Sul o primeiro país a dinamizá-la fora da Europa.
A modalidade de cursos complementares reforça a relação do currículo de língua portuguesa com o currículo local, permitindo capitalizar as aprendizagens realizadas pelos alunos para o sucesso escolar na aprendizagem de outras línguas e matérias curriculares.
“Foi estabelecido um cronograma de desenvolvimento curricular prevendo-se que os trabalhos estejam concluídos até novembro de 2019. Foram constituídos grupos de trabalho para os diferentes ciclos de ensino, do pré-escolar ao 12º ano de escolaridade, que terão a seu cargo a elaboração dos programas de língua portuguesa para segunda língua adicional de acordo com as orientações do currículo sul-africano”, explica Carlos Gomes da Silva, coordenador do EPE (Ensino Português no Estrangeiro) naquele país.
A modalidade complementar “será implementado a partir de janeiro de 2020”, revela ainda o coordenador do EPE naquele país.
O objetivo é dinamizar estes cursos em todas as escolas onde atualmente são oferecidos cursos paralelos, desde o pré-escolar ao 12º ano de escolaridade.
As escolas “serão convidadas a evoluir para a modalidade complementar dado já preencherem alguns dos requisitos para esta modalidade”, refere o coordenador, sublinhando que a maioria das direções das escolas está interessada em assinar um protocolo para formalizar a sua adesão a esta modalidade.
Entre os requisitos formais está o registo da avaliação trimestral dos alunos de Português no boletim da escola ou na ficha de avaliação anexa ao boletim assinada pelo docente e pelo diretor da instituição de ensino.
Outro requisito – a concessão gratuita das salas de aula e da utilização do equipamento pelos estabelecimentos de ensino – também já é preenchido.
Assim como o facto de todos os cursos extra-curriculares de PLE/LH desde o pré-escolar ao básico e secundário (à exceção dos que são oferecidos escolas sul-africanas na Associação Portuguesa e na Missão Católica Portuguesa de Vanderbylpark), funcionarem durante o horário extra-curricular, entre as 13 as 17 horas, de segunda e sexta-feira, destaca ainda Carlos Gomes da Silva.
O projeto de memorando de entendimento foi entregue em mão, este mes, pelo presidente do Camões, I.P., Luís Faro Ramos, ao ministro da Educação do Governo da Província do Gauteng, Andrek Panyaza Lesufi, “que adiantou ser possível assiná-lo antes de junho de 2019”, revela o coordenador.
Ana Grácio Pinto