Eram quase 20h em Portugal continental quando a sonda da histórica missão InSight aterrou em Marte para estudar o interior do ‘Planeta Vermelho’.
A primeira missão da NASA a estudar as profundezas de outro planeta aterrou com sucesso em Marte, e os responsáveis no centro de controlo da NASA plaudiram e celebraram.
A sonda da missão InSight, a primeira a estudar o interior profundo do ‘Planeta Vermelho’, sobreviveu aos “sete minutos de terror”, o tempo que demorou a aterragem. E cinco minutos depois de aterrar, enviou para a Terra a primeira fotografia de Marte.
A InSight decolou da Base Aérea de Vandenberg, na Califórnia (EUA), a 5 de maio deste ano. Foi um voo sem percalços até Marte, mas o a entrada e aterragem no planeta foi o grande teste da missão até então.
“Há uma razão para os engenheiros chamarem à aterragem em Marte, os ‘sete minutos de terror’”, disse Rob Grover, que liderou a equipa durante o processo de entrada, descida e aterragem da InSight, a partir do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, Califórnia.
“Não podemos controlar a aterragem, temos que confiar nos comandos que pré-programamos que inserimos no computador de bordo”, explicou Rob Grover.
“Passamos anos a testar os nossos planos, a aprender com as aterragens anteriores em Marte e a estudar as condições adversas no planeta”, explicou ainda Rob Grover. As últimas atualizações de software para a manobra ainda foram enviadas para o computador da sonda na noite de domingo.
A imagem de que a NASA esperava
O módulo InSight está numa planície chamada Elysium Planitia, o céu está limpo e o terreno tem poucas rochas. Depois da primeira imagem enviada, a sonda InSight estava preparada para iniciar a missão.
Mas faltava perceber se iria conseguir abrir os painéis solares. Ainda na noite de ontem, a sonda enviou para a Terra, sinais e uma imagem a indicar que os painéis solares estavam abertos e a receber a luz do sol.
“A abertura dos painéis solares garante que a sonda pode recarregar as baterias todos os dias”, lê-se numa nota divulgada pela NASA.
Na mesma nota, Tom Hoffman, líder da missão, dizia que a equipe da InSight podia “ir dormir um pouco mais tranquila sabendo que os painéis da sonda estão abertos e a recarregar energias”.
“As matrizes solares gêmeas da InSight têm 2,2 metros de largura cada. Quando estão abertos, o lander inteiro é do tamanho de um grande carro descapotável da década de 1960”, refere a nota da NASA.
Marte tem luz solar mais fraca do que a Terra, já que está muito mais distante do Sol, mas a sonda não precisa de muita luz para operar. “Os painéis fornecem 600 a 700 watts num dia claro, o suficiente para manter os seus instrumentos e ‘gerir’ a ciência no Planeta Vermelho. Mesmo quando a poeira cobrir os painéis – uma ocorrência comum em Marte – estes devem ser capazes de fornecer pelo menos 200 a 300 watts”, explica a NASA na mesma nota.
A InSight tem como missão concretizar cinco tarefas nunca antes alcançadas: estudar as profundezas do planeta, instalar sismógrafos noutro planeta além da Terra, usar um braço robótico pela primeira vez noutro mundo para distribuir instrumentos, perfurar a superfície marciana a uma profundidade 15 vezes mais do que alguma vez foi feito e montar um magnetómetro em Marte.