O projeto ‘iGestSaúde’, desenvolvido por três investigadores portugueses para apoiar doentes oncológicos a lidarem com a doença, recebeu a Bolsa Celgene 2018, no valor de 10 mil euros.
Criada por Célia Santos, da Escola Superior de Enfermagem do Porto, Bruno Magalhães, da Escola Superior de Saúde de Santa Maria, e Carla Fernandes, da Universidade Fernando Pessoa, a aplicação móvel ‘iGestSaúde’ ajuda doentes oncológicos a lidarem com a doença e os sintomas que podem surgir associados aos tratamentos de quimio e imunoterapia.
“Com o valor da bolsa, esta equipa de docentes e profissionais de enfermagem vai poder dar vida à aplicação móvel que espera começar já a apoiar 200 doentes hemato-oncológicos”, refere uma nota da Celgene Corporation, empresa que atribui as bolsas.
A Bolsa Celgene 2018 está integrada no programa internacional de responsabilidade social da companhia e visa reconhecer novos projetos centrados nas pessoas com doenças oncológicas e nas doenças crónicas ou debilitantes do foro reumático e do sistema nervoso.
A aplicação móvel ‘iGestSaúde’ pretende reforçar a comunicação entre os doentes e os profissionais de saúde, favorecer a adesão às indicações terapêuticas e responder, atempadamente e de forma proactiva, aos sintomas ou complicações que possam surgir no domicílio e que estejam associados à doença ou ao tratamento, melhorando, assim, a eficácia da terapêutica, prevenindo complicações e melhorando a autogestão da doença e o bem-estar dos doentes.
Para já pretende apoiar doentes hemato-oncológicos que estejam a fazer tratamentos de quimio ou imunoterapia em regime de ambulatório, mas a ambição futura dos três investigadores é conseguir apoiar pessoas com as mais variadas doenças crónicas, desde doenças cardiovasculares à doença pulmonar obstrutiva crónica.
Os doentes hemato-oncológicos em tratamento “precisam de alguém os ajude a avaliar a sua sintomatologia e a perceber o que fazer face aos sintomas”, sublinha Célia Santos.
A investigadora explica que “como esses sintomas muitas vezes só surgem quando o doente já está em casa, depois do tratamento, e este acaba por não ter em mente a informação partilhada pelos profissionais de saúde relativamente à sintomatologia possível, o ‘iGestSaúde’ pretende oferecer essa ajuda, através de orientações terapêuticas elaboradas por profissionais de saúde”.
Sobre a bolsa agora atribuída, a investigadora diz que será uma grande motivação “porque irá permitir-nos dar vida a tudo o que já fomos construindo no papel – como os questionários de sintomatologia, a categorização dos sintomas, as orientações terapêuticas, entre outros – através da criação da aplicação móvel, que nos vai permitir ajudar os doentes que estão a realizar tratamentos de quimio ou imunoterapia a gerir os seus sintomas e a lidar com a sua patologia, melhorando assim a sua qualidade de vida”.
A cerimónia de entrega da Bolsa Celgene 2018 de Incentivo às Iniciativas Centradas na Pessoa com Doença decorrerá hoje, durante o sétimo Congresso Internacional dos Hospitais, cujo tema é ‘Envolvimento e responsabilidade do Cidadão no SNS’.