Na sexta-feira, 16 de novembro, a Cinemateca Portuguesa propõe ‘Uma viagem livre’ por mais de um século de cinema português.
Numa sessão de quatro horas, ‘Uma viagem livre’ – de 1896 até à atualidade – é organizado pela Cinemateca Portuguesa para celebrar o seu 70º aniversário.
“Num contexto de reflexão sobre o património português, o que queremos mais uma vez é chamar a atenção para o valor inestimável desta memória visual e para a importância de tê-la em conta nos debates sobre o futuro”, afirma a Cinemateca Portuguesa em nota de imprensa.
De entrada gratuita, a sessão decorrerá entre as 18h e as 22h, sem interrupções, exibindo “filmes ou excertos de filmes de todas as épocas, géneros ou categorias, que se vão sucedendo de forma não hierarquizada”.
A sessão de tributo ao cinema feito em Portugal tem por título uma interrogação: “Que faremos nós com esta espada?”, que remete para o documentário ‘Que farei eu com esta espada?’, de João César Monteiro, feito em 1975, sobre Portugal.
A Cinemateca Portuguesa está a celebrar 70 anos, com uma série de iniciativas que se prolongará até 2019, chamando a atenção para a sua primeira missão: a salvaguarda e a divulgação do património cinematográfico.
Além de ciclos específicos e debates, o programa alargado de celebração dos 70 anos incluirá ainda um processo, progressivo, de classificação de alguns filmes do cinema português como tesouros nacionais, como tinha dito em setembro passado o diretor da Cinemateca, José Manuel Costa, à agência Lusa.
“A classificação tem um impacto simbólico e um impacto prático e implica uma responsabilidade acrescida do Estado”, disse, sublinhando que está em causa um “testemunho absolutamente precioso e inestimável sobre a história e a vivência do século XX”.
Esta é a primeira vez que a Cinemateca celebra a data da sua fundação, enquanto entidade pensada para criar uma coleção fílmica e documental e preservá-la. Até aqui, era assinalada habitualmente a abertura oficial da Cinemateca ao público, com sessões de cinema iniciadas a 29 de setembro de 1958.
“Estamos a lutar pela sobrevivência, quando devíamos estar a responder a novos desafios e a uma dinâmica de conjunto que está a evoluir muito depressa. As cinematecas estão a mudar, o contexto digital mudou muita coisa, todo o panorama de trabalho é bastante diferente (…) e não estamos a poder usar o nosso próprio potencial”, lamentou na mesma entrevista.