O projeto foi iniciado no ano 2000 nesta propriedade de 120 hectares com o plantio de 70 hectares de vinha, entre a Vidigueira e Cuba em pleno Baixo Alentejo. Começava assim um projeto de sonho na Herdade do Rocim, assente no amor de pai e filha pela terra e pelo vinho.
A estrutura da ROCIM combina aspectos formais sólidos no domínio da organização com a informalidade dos procedimentos, rejeitando soluções demasiado hierarquizadas e, consequentemente, limitadoras da flexibilidade e da criatividade essenciais ao êxito das empresas.
A partir destes princípios gerais, emanam valores e formas de ser e de agir que constituem o quadro de referência cultural da ROCIM , de entre os quais se destacam a satisfação dos clientes como principal desígnio da empresa usando a criatividade, a iniciativa, o dinamismo individual, o trabalho em equipa e o “amor à camisola” como referências fundamentais consideradas necessárias à obtenção de elevados níveis de produtividade.
Nesse sentido e para conseguir estes objetivos, dá-se especial atenção à formação técnica e à modernização no domínio das novas tecnologias das comunicações. Em paralelo, atenção especial à formação dos colaboradores nos domínios da expressão escrita e oral do português, inglês e castelhano, bem como ao desenvolvimento do espírito crítico e da inteligência criativa.
O vinho como expressão do terroir
Na Herdade do Rocim, respeita-se, desde o princípio a expressão do terroir específico da região.
A Herdade do Rocim com 70 hectares de vinha, 53 hectares de castas tintas e 17 hectares de castas brancas, encontra-se já com uma área certificada de produção biológica e com uma área significativa em processo de conversão para produção biológica.
Dos 70 hectares (ha) de vinhas, 20 ha são de vinhas velhas, plantadas em solos arenosos, sendo 60% de castas tintas, com um predomínio da Aragonez, Trincadeira, Moreto e Tinta Grossa e os restantes 40% de castas brancas, na sua grande maioria Antão Vaz, mas também Rabo de Ovelha, Perrum, Roupeiro e Manteúdo.
Entre os anos 2001 e 2004 foram plantados cerca de 20 ha de vinha, na sua maioria de Alicante Bouschet, Aragonez e Trincadeira, plantadas em solos franco-argilosos mas também a Touriga Nacional e Syrah plantadas em solos arenosos.
Em 2006 plantaram-se sete ha de castas brancas em solos arenosos, sobretudo de Antão Vaz, Arinto, Verdelho e Alvarinho.
Entre os anos de 2009 e 2011, foram plantados 23 ha de vinha, dois ha de castas brancas, Viosinho e Arinto, em solos maioritariamente arenosos, e os restantes 21 ha de castas tintas com forte predomínio da casta Alicante Bouschet, plantada tanto em solos franco-argilosos como em solos arenosos e também alguma área de Tannat e Petit Verdot, plantados em solos franco-argilosos.
Na viticultura da Herdade do Rocim e sempre respeitando ao máximo o terroir e os princípios da sustentabilidade, todas as operações, desde a poda de Inverno, passando pelas intervenções em verde até à vindima são sempre efectuadas de forma manual, onde a mão humana tem um papel fundamental.
Pedro Ribeiro é o enólogo e diretor-geral da Herdade do Rocim
O Engº Pedro Ribeiro é o enólogo e diretor-geral da Herdade do Rocim desde 2013 e considera que “embora seja necessário muito tempo para um projeto de vinha se consolidar, a empresa já deu passos largos e neste momento já exporta para 29 países” classificando a exportação como o grande objetivo da Rocim. A faturação de 2017 passou os três milhões de euros e a exportação situou-se nos 60 por cento deste valor.
Tudo isto se consegue porque na produção se combina o know how da enologia moderna com formas ancestrais de vinificação como as talhas alentejanas e a pisa a pé em lagar de pedra.
“Todas as fermentações dos vinhos são acompanhadas diariamente pela enologia e as decisões tomadas individualmente para cada vinho que é tratado, pensado e criado de forma única. Na Herdade do Rocim respeitamos, desde o inicio, a vocação natural do terroir da região, produzindo vinhos frescos, elegantes e minerais”.