A Câmara de Santiago do Cacém aprovou com os votos a favor da maioria comunista e contra da oposição o orçamento municipal para 2019 de 35,7 milhões de euros, superior em 3,38 milhões ao deste ano.
“Este crescimento deve-se a um aumento da despesa de capital, com as grandes obras que temos previstas e algumas delas já em curso, com financiamento comunitário, que têm um peso significativo em termos de investimento”, explicou hoje à agência Lusa Álvaro Beijinha, presidente da Câmara de Santiago do Cacém, no distrito de Setúbal.
Considerado pelo autarca “o maior orçamento dos últimos anos”, em resultado de “uma gestão rigorosa” do município, o documento resulta de uma “estratégia planeada” de aproveitamento dos fundos comunitários.
“A câmara criou um plano estratégico de desenvolvimento urbano, apresentou a estratégia a financiamento comunitário, que foi aceite, e agora queremos aproveitar ao máximo esta oportunidade, porque não sabemos o que nos espera no futuro”, acrescentou Álvaro Beijinha (CDU), reiterando a necessidade de apostar na requalificação.
Por parte da oposição, o vereador do PS Óscar Ramos disse à Lusa que o orçamento do próximo ano “não tem em conta o futuro” do concelho de Santiago do Cacém, lamentando que o documento não tenha sido construído com algumas das propostas apresentadas pelos socialistas que “acautelavam e precaviam eventuais constrangimentos”.
Defendendo a requalificação da Escola Secundária Padre António Macedo, em Santo André, a construção de uma circular em Santiago do Cacém e mais investimento no centro histórico da sede de concelho, o autarca socialista considerou que as verbas comunitárias deviam ser aproveitadas em prol do “bem-estar e segurança das populações”.
Já o vereador da coligação PSD/CDS-PP, Luís Santos, criticou o orçamento por “não trazer nada de novo” e que se “baseia apenas em requalificações”, prevendo “a continuidade das políticas que têm vindo a ser implementadas ao longo dos anos”.
“Estamos muito dependentes da plataforma industrial e logística de Sines e precisamos de captar investimento privado”, disse Luís Santos, preconizando a introdução do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) familiar e a redução da participação do IRS como “indicadores” que podem favorecer a instalação de “iniciativa privada” no concelho.
Entre os investimentos para 2019 da maioria comunista estão as requalificações da avenida Manuel da Fonseca e zona envolvente ao Mercado Municipal, em Santiago do Cacém, num investimento de dois milhões de euros, do Bairro do Pinhal e Zona Industrial de Santo André (2,4 ME) e dos centros históricos de Alvalade e Cercal do Alentejo.
“Todas estas obras têm um peso significativo, mas temos mais investimentos na cultura, desporto e educação com a construção de campos de jogos, colocação de quadros interativos nas escolas do 1.º ciclo e ar condicionado nas salas do pré-escolar e 1.º ciclo”, acrescentou o autarca comunista Álvaro Beijinha.
A pavimentação de cerca de 13 quilómetros de caminhos rurais em seis das oito freguesias do concelho, num investimento superior a 400 mil euros, e a modernização administrativa são outros dos projetos inscritos no orçamento municipal do próximo ano.