O concelho de Proença-a-Nova localiza-se no centro de Portugal, no distrito de Castelo Branco, a duas horas de Lisboa e do Porto, a uma hora de distância de Coimbra e a quatro horas de Madrid. Encontra-se na proximidade da autoestrada A23 (que dá acesso a Espanha) e o IC8 (que dá acesso às autoestradas A13 e A1) é o principal eixo rodoviário de entrada e saída no concelho. Reza a lenda que os habitantes ao admirarem a lua a brilhar no céu conceberam o objetivo de a alcançar e a maneira mais fácil seria colocar cortiços sobre cortiços, improvisando uma torre. A certa altura faltava um cortiço para alcançar a lua e foi quando alguém sugeriu retirar-se o cortiço do fundo e passa-lo para cima. Com esta deslocação aconteceu o inevitável: a torre desmoronou-se e os presentes exclamaram: “lá se vai a cortiçada!”, tendo nascido daqui o primeiro nome da povoação.
Proença-a-Nova é uma das doze vilas do Grão-Priorado do Crato, localizada entre as ribeiras do Alvito e da Isna, tendo-se chamado originalmente “Cortiçada” e, mais tarde, “Vila Melhorada”. O primeiro foral dado a Proença-a-Nova data de 1244 pelo Prior da Ordem do Hospital Frei Rodrigo Egídio. D. Manuel I reformou todos os forais, cabendo o «Foral Novo» a Proença-a-Nova em 1512. A justificação do nome “Cortiçada” está relacionada com a abundante produção de cortiça e elevado número de colmeias (também chamados cortiços) que, em tempos, foram de grande importância na região. As designações antigas de Cortiçada e Vila Melhorada caíram em desuso a partir do século XVI em favor de Proença a Nova.
Até 1623 não há registos de serviços de saúde em Proença-a-Nova, a não ser os barbeiros ou curandeiros. “Em 1623 a Santa Casa da Misericórdia contratou dois barbeiros para sangrar e outras coisas mais”, lê-se na Monografia do Concelho de Proença-a-Nova do Padre Manuel Alves Catarino. O primeiro médico em Proença-a-Nova foi Gregório Barbosa em 1624, de acordo com a mesma fonte. As comunicações eram praticamente inexistentes, podendo afirmar-se que até 1879, Proença-a-Nova esteve isolada do resto do país. Nesse ano construiu-se a Estrada nº 12-1ª, de macadame, que vinha da Sertã ao encontro da Estrada n.º 10 (de Abrantes a Castelo Branco) juntando-se perto do lugar de Vale D’urso. Em seguida abriram-se diversos caminhos entre as povoações do concelho e construíram-se novos pontões sobre as ribeiras de maior caudal. Os Correios, em fase de grande expansão, também se regularizaram. A primeira medida nesse sentido surgiu em 1833 com a nomeação de um estafeta para a Sertã, encarregado de fazer uma expedição semanal às terças-feiras. Em 1881 foi feito um pedido para um lugar de carteiro, o serviço permanente de mala-posta e a instalação da rede telegráfica. Esta veio a ser instalada em primeiro lugar, no ano de 1889, e a estação de correio no início do século XX.
O ano de construção da Igreja Matriz não é o mais consensual. Sabe-se que a mesma sofreu com o terramoto de 1755 tendo sido alvo de grandes modificações e acrescentos ao longo dos tempos. Permanecem erguidas as colunas de granito, o púlpito e a cruz de malta sobre o arco da entrada principal, evidenciando a sua antiguidade, que parece remontar a finais do séc. XVI / princípios do séc. XVII. A partir de 1810 o adro do lado Norte serviu também de cemitério. Mais tarde, em 1855 a família Telo da Fonseca doou a sua capela de S. João Baptista, que era contígua à Igreja, para nela ser colocado o S. Sacramento. Apesar de o feriado municipal ser o dia de Santo António, 13 de junho, a padroeira de Proença-a-Nova é Nª Srª da Assunção.
Pujança económica
Hoje este concelho apresenta pujança e de terra de muita emigração para o Brasil (mais antiga) e depois para a Europa, hoje fixa os filhos da terra, mercê da criação de duas zonas industriais e a instalação de empresas e a politica de apoio à fixação de empresários.Destaca-se o Parque Empresarial de Proença-a-Nova (PEPA), estrategicamente localizado próximo de um nó do IC8 e a poucos quilómetros da A23, está devidamente afastado dos aglomerados urbanos.
Com a requalificação do espaço industrial já existente e a criação de novos lotes industriais (58 parcelas) pretende a autarquia criar condições para a implementação de indústrias preferencialmente associadas ao setor florestal e agro industrial, embora o PEPA esteja aberto a todas as áreas de atividade. Quanto aos espaços disponíveis, existem lotes para venda (área descoberta) e para arrendamento (área coberta).
Destacam as Políticas de Incentivo, como Derrama Zero. A derrama é um imposto municipal que incide sobre o lucro tributável das pessoas coletivas, sendo a sua taxa fixada anualmente pelos diferentes municípios e que pode ascender até 1,5%. No caso do município de Proença-a-Nova, deliberou-se que a derrama seria zero para aliviar a carga fiscal das empresas do concelho.
O Município de Proença-a-Nova tem vindo a estabelecer parcerias com entidades representativas do sector empresarial para promoção de iniciativas para apoio às empresas do concelho, como por exemplo a parceria com a InovCluster que permite às empresas participar em campanhas de internacionalização em feiras sectoriais no estrangeiro, com acesso a comparticipação financeira, bem como em ações de formação/divulgação específicas. A parceria com a Associação Empresarial da Beira Baixa permite às empresas do concelho participarem em ações de formação, iniciativas de promoção empresarial, seminários e workshops específicos.
O projeto Cozinha Partilhada
Localizada em Montes da Senhora, junto à Cooperativa Agricola (Lagar de azeite), a Cozinha Partilhada é uma unidade agro-industrial licenciada para várias atividades: produção de compotas, licores, cosméticos naturais, doces regionais, molhos e temperos, chocolates e conservação de horticolas e frutas.Trata-se de um equipamento municipal cuja gestão é da responsabilidade do Município de Proença-a-Nova.
O equipamento tem por objetivo a incubação de projetos empresariais compatíveis com a prestação de um serviço de qualidade diferenciada, adequados ao uso do edifício, assentes na produção local, que procurem testar e/ou implementar produtos no mercado, no sentido de valorizar a produção agrícola local e acrescentar valor à produção artesanal.
Esta iniciativa do município de pretender partilhar este espaço industrial partiu da ideia de alavancar pequenos projetos locais existentes mas com falta de espaço industrial licenciado para serem desenvolvidos e apresentados ao mercado.
A utilização deste equipamento pode ser requerida ao município através do Gabinete de Apoio ao Agricultor e Empresário (gapemp@cm-proencanova.pt), sempre em módulos de 5 horas consecutivas de utilização em qualquer dia da semana e a qualquer hora do dia e da noite permitindo o desenvolvimento de atividades em horários pós laborais.
Promover a tigelada
O município de Proença-a-Nova vai reforçar a promoção da tigelada em 2019, associando a esta importante temática a Festa do Município, o maior evento do calendário anual que já tem data marcada para os dias 7, 8, 9 e 10 de junho. “Para além de promovermos a tigelada, estamos também a divulgar outros produtos que são fundamentais para a confeção daquele que é o doce mais típico do concelho, nomeadamente o mel e leite de cabra, que lhe dá o seu sabor tão característico, e que são fileiras com peso crescente na economia municipal”, refere o presidente da Câmara Municipal”.
João Lobo adianta ainda que a autarquia vai criar uma oficina da tigelada na antiga escola primária do Pergulho. “O nosso objetivo é apoiarmos a reconversão do edifício para acolher este projeto que tem duas valências: por um lado criar o centro interpretativo da tigelada, que explica e contextualiza esta tradição e, por outro, criar condições para se confecionar a tigelada, em contexto de atelier ou para comercialização”.
A Câmara candidatou esta Oficina da Tigelada ao programa Tradições da EDP, estando a aguardar a divulgação dos resultados.
A Feira da Tigelada e do Mel de Proença-a-Nova, evento Beira Baixa Terras de Excelência que decorreu nos dias 27 e 28 de outubro, reuniu 27 associações do concelho que levaram a tigelada nos tradicionais caçoulos de barro, cozida em forno a lenha, e ainda produtores de mel e artesãos. “O balanço que fazemos é muito positivo, não só pelas 1730 tigeladas disponibilizadas nos dois dias de feira, como pelo envolvimento das associações e respetivas comunidades pois esse é também um dos objetivos que pretendemos alcançar com estes eventos”, sintetiza João Lobo.
A empresa Rica Granja disponibilizou 1630 dúzias de ovos e a Capripinhal – Cooperativa de Produtores de Leite de Cabra do Pinhal 400 litros de leite de cabra.
Do programa da feira destacou-se o atelier de cultura e gastronomia “Os Segredos da Tigelada”, inserido no projeto Beira Baixa Cultural, com o chef Rui Lopes a explicar os passos para fazer o doce que resulta da mistura de ovos, leite, mel, canela, raspa de limão, farinha e açúcar. Colocando as mãos na massa, as mais de duas dezenas de participantes puderem depois levar o caçoulo para casa.
O Centro Ciência Viva da Floresta apresentou uma outra utilização dos ingredientes da tigelada, criando o ‘Tigelado’, recorrendo ao azoto líquido que potencia a congelação quase imediata do preparado. Juntando ciência e tradição, o resultado foi apreciado pelos muitos presentes apesar do frio que se fez sentir. O projeto EZ Sapadores juntou-se também à iniciativa, garantindo animação ao longo do atelier.
Decorreu ainda o Festival das Artes da Beira Baixa com a presença dos grupos Amigos do Presidente, Pilha Galinhas e do Grupo de Concertinas da Sarzedinha e Montelhado “Amigos da Académica”. Ambos os projetos são cofinanciados no âmbito do Centro 2020, Portugal 2020 e Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional da União Europeia.
António Freitas
Com site da Câmara Municipal de Proença-a-Nova