Fundada em 1973, por José Repolho, é uma adega de cariz familiar de terceira geração, com alguma história e tradição nesta região do país. Situada em plena região demarcada de Lisboa, mas também com interesses na região do Tejo, daí que o seu portfolio seja composto por vinhos produzidos e engarrafados das regiões de Lisboa & Tejo.
Estas regiões, e a zona de produção da empresa, são caracterizadas por vinhas de pequena dimensão, em solos argilo-calcários, sendo que algumas delas são velhas (com cerca de 30-40 anos), que permitem produzir vinhos frutados, mas complexos, com um” terroir” especifico desta região.
Além das parcelas de vinha que exploram, também desenvolvem um sistema cooperativo, com vários pequenos/médios produtores associados, dando apoio na produção, nomeadamente no seguimento pelo enólogo durante todo o ano, de forma a assegurar a qualidade e perfil dos vinhos desejados. Desta forma, contribuem para a economia local, tornando-se mais competitivos nalguns mercados.
Os vinhos da casa JOSÉ REPOLHO seguem a boa tradição dos vinhos Portugueses, de grandes “blends” de castas tradicionais portuguesas e internacionais, cheios de dedicação e paixão, pois só com esse espírito se consegue produzir vinhos especiais, distintos e cheios de “terroir”.
A filosofia da empresa enquanto adega, é de que todas as marcas de vinho tenham um sinal distinto/identificador, facilmente percebido pelo consumidor, associado a um serviço de excelência. O foco são os clientes, e assumem que “produzimos grandes vinhos não a pensar em concursos internacionais, mas nos nossos clientes, pois queremos que as nossas marcas possam ser apreciados na sua plenitude”. – diz-nos Ricardo Repolho, diretor executivo.
Atualmente a Casa JOSÉ REPOLHO procura conhecer e acompanhar as tendências do mercado para assim poder responder ajustando a sua produção para inovar novos perfis de vinho. Ricardo Repolho considera que “em Portugal todas as regiões produzem bons vinhos e por isso mesmo nós enquanto produtores de marcas temos de criar uma imagem forte para que quando o consumidor vir o nosso vinho num ponto de venda lhe chame a atenção”.
assumir a exportação
Ricardo Repolho assume claramente que o grande objetivo da empresa é a exportação, porque o nosso mercado não é muito grande e por isso o crescimento torna-se cada vez mais difícil. Considera que “é preciso encontrar os parceiros certos, porque não podemos ficar à espera de que o importador faça o nosso trabalho por nós porque o nosso melhor ativo são as nossas marcas e ninguém as conhece tão bem como nós – e continua – para conseguir este objetivo é preciso encontrar parceiros entusiasmados que acreditem no nosso produto e que estejam dispostos a fazer a sua parte do trabalho de desenvolver as marcas e a sua aceitação no mercado”.
Os vinhos José Repolho produzem neste momento cerca de 300.000 garrafas, mas o objetivo de médio prazo, e já há capacidade instalada para isso, é chegar a 1.400.000. Neste momento a exportação já atinge cerca de 20% da produção, para Angola, França, Reino Unido e Cabo Verde.
OS VINHOS
Hernâni Magalhães, enólogo responsável pelos vinhos José Repolho assume que tem como objetivo ser fiel à identidade da região, no entanto “apostamos também em duas ou três castas internacionais, porque o projeto passou sempre pela internacionalização dos vinhos. As nossas vinhas tem um mix de vinhas mais antigas com algumas castas mais jovens como o Cabernet Sauvignon e o Syrah, mas devidamente loteada com o Aragonês e Touriga Nacional, permitindo assim apresentar o “fio condutor” da casta internacional com o nosso produto nacional. Temos isso no nosso “Burro Velho” que é um blend de Syrah com Aragonês que são castas que se complementam muito bem com taninos muito redondos e muito aromáticos e uma boa fruta e fazemos um pequeno estágio em madeira para exibir toda a força aromática da nossa produção”.