Sem dúvida alguma, o Brasil atravessa uma de suas maiores crises institucionais já vistas: moral, ética, jurídica, econômica e política principalmente. O quadro econômico beira o caos – desemprego de quase 13 milhões de trabalhadores, falências e concordatas a todo momento; e uma crise política que beira o surreal, parecendo Kafka: ‘Lava Jato’ a todo vapor, um Presidente desidratado, um STF atacado, e, para completar, o nó ”górdio” das eleições a Presidente.
Enfim, um quadro preocupante, vista a eleição de 2018, que pode trazer de volta o representante maior do mentor dessa situação ou um radical saudoso da Ditadura. Como diz o ditado: “Se correr o bicho pega; se ficar, o bicho come”.
A atual situação do Brasil vem causando muita preocupação a grande parcela da população que depende do seu próprio trabalho para garantir o seu sustento. Sejam empregados ou empresários, povo em geral, estão todos preocupados com os rumos que a nossa política vem tomando nos últimos tempos. Déficit de cidadania é traço marcante da democracia brasileira. Em raros momentos o povo foi às ruas para revelar a sua vontade (2013), ou na marcante ‘Diretas Já’. Agora, estamos num total clima de radicalismo político, de ambos os lados.
Desde 2014, percebe-se que algo mudou e as manifestações populares passaram a vocalizar o inconformismo do povo contra a corrupção e o desgoverno; e também contra o sistema político brasileiro. Ainda, é patente que o povo cansou, se desiludiu; esse é o perigo: o espaço vai sendo preenchido pelos aproveitadores, os salvadores da pátria, os “novos”e outros, nossos velhos conhecidos. Têm mensagem? Conteúdo? Ou, somente mídia e popularidades televisiva? Os programas eleitorais, como é usual e até “cultural” no nosso país, refletem apenas baixarias, e baixo nível de educação cívica ou política de pretensos salvadores da pátria.
A superação da crise requer talento, habilidade negocial, diálogo e transparência. E, sobretudo, respeito à lei e às decisões judiciais. É o que parece estar em falta atualmente. Continuaremos num estado democrático de Direito ou teremos uma agonia prolongada, de um doente terminal, como vem acontecendo na Europa, por exemplo, com a ascensão de grupos radicais?. Parece que estamos no ‘mato sem cachorro’; apenas um desejo, o de que tudo mude.
O horizonte não é promissor. Contudo, poderíamos apurar mais o nosso senso crítico, a nossa visão real da realidade, sem manipulações religiosas ou políticas. Os partidos brasileiros não são siglas ideológicas, são veículos para que algumas pessoas ou grupos possam dar vazão as suas ambições pessoais por poder, enriquecimento pessoal e familiar, sejam os tradicionais ou os chamados “novos”.
O Brasil é um país de dimensão continental, com uma biodiversidade fantástica: 5º em tamanho territorial, referência da agricultura e pecuária, enfim, somos uma nação de destaque no cenário mundial. Temos muito que aprender, e reivindicar as melhorias sociais tão precárias no país. O voto é a principal ‘ferramenta’ para mudarmos as questões políticas no nosso território. Os governantes devem, fielmente, buscar caminhos para educar/formar as nossas crianças e jovens, futuros eleitores. Mas, será que querem, de verdade, pessoas conscientes e críticas na sociedade?
Só se muda um país, através da educação de seu povo. Os brasileiros são pessoas sofridas e merecem mais atenção nas questões socais que envolvem as nossas vidas. Chega de corrupção política, de governantes que não fazem nada para melhorar o Brasil. Estamos necessitando de reformas urgentes em todos os campos, inclusive, na política.
Por outro lado, o momento atual é de uma riqueza salutar: momento do pleno exercício da cidadania, que é o voto, livre e consciente. Cabe ao cidadão eleitor/a, entender o momento atual e sua gravidade, e escolher, pelo que nos é dado no momento, o caminho salutar para o Brasil. É uma escolha difícil, mas não podemos nos omitir, seja qual for o eleito.
Voto branco, nulo ou abstenção, não resolverão nossa situação; ao contrário, abrem caminho para o desconhecido. Por isso e apesar de tudo, estou otimista. Se não aprendermos agora, teremos novas oportunidades futuras e quem sabe, com novos atores. O próximo domingo (28) é o nosso ‘Dia D da Cidadania’.
Ao voto, pois, Brasil.