A história de um país como Portugal está cheia de mitos, contradições e sobretudo opiniões que divergem daquilo que se considera ser a “história oficial”. Costuma dizer-se que a história é sempre contada pelos vencedores, as outras versões surgem mais tarde: umas impõem-se as outras não. A seguir publicamos os grandes mitos e teorias da História de Portugal. Serão verdade ou apenas mitos que a tradição oral se encarregou de tornar populares. Não se sabe, por isso leia e tire as suas próprias conclusões.
Afinal D. Afonso Henriques não seria filho do Conde D. Henrique
Existem 2 teorias diferentes: a 1ª menciona que seria filho de Egas Moniz. A 2ª menciona que seria filho de um pastor transmontano que Egas Moniz teria comprado quando se dirigia para Chaves.
De qualquer das formas, sabe-se que D. Afonso Henriques nasceu com uma deficiência congénita nas pernas e que, com os conhecimentos da época, dificilmente se transformaria no cavaleiro que se transformou.
Dizem os historiadores, por exemplo, que D. Afonso Henriques teria mais de 2 metros de altura, enquanto que os seus supostos pais não ultrapassariam 1.60m.
Os lusitanos eram mais evoluídos em termos militares do que os romanos
As armas lusitanas do tempo de Viriato eram tecnologicamente superiores às romanas. A afirmação pode parecer estranha mas ajuda a esclarecer por que é que a super-potência da época, o imenso e poderosíssimo Império Romano, precisou de dois séculos (sim, duzentos anos!) para conquistar a fachada ocidental da Península. Os lusitanos não faziam uma guerra defensiva. Pelo contrário, planeavam uma guerra ofensiva. Faziam campanhas de longa distância e organizavam operações militares em diversos locais da península Ibérica, chegando mesmo até África.
A geografia destas operações militares mostra uma dupla intenção: assegurar o controlo das regiões da Beturia e com isto ocupar posições chave que impedissem o avanço dos romanos, e punir as tribos aliadas dos romanos que eram consideradas traidoras, além de destruir as bases operacionais que eram instaladas nestas cidades.
O exército lusitano era formado por uma força combinada de cavalaria e infantaria, versado num tipo de combate híbrido: combatiam em campo aberto ou em terreno árduo e montanhoso.
Segundo Júlio César, por ser inesperada e desconhecida dos legionários, a sua maneira de combater desorganizava completamente as fileiras romanas.
D. Sebastião não morreu em Alcácer-Quibir e foi preso mais tarde em Veneza
O Rei Dom Sebastião sobreviveu à batalha de Alcácer-Quibir e reapareceu no ano de 1598 em Itália, onde foi mais tarde preso em Veneza, Florença e Nápoles, com a cumplicidade dos espanhóis.
A maioria dos historiadores tem aceite sem discussão a versão oficial da História de Dom Sebastião que foi criada “durante o período da dominação filipina com claros intuitos políticos”. Houve “uma destruição continuada e premeditada da imagem do Rei “.
Entre as provas que sustentam que Dom Sebastião não morreu em Alcácer-Quibir, citam-se “várias testemunhas que atestaram que o viram sair vivo da batalha, entre os quais Sebastião Figueira, que declarou ter saído dela com o Rei” e que “o reconheceu em Veneza na pessoa do Cavaleiro da Cruz, ou, como ficou para a História, como ‘Dom Sebastião de Veneza’.”
Mais: “Para além de outros indícios muito fortes, um indício importante de que Dom Sebastião sobreviveu” foi “o achamento, no século XIX, de uma medalha de ouro com a inscrição ‘Sebastianus Primus Portugaliae Rex’ num túmulo da capela de S. Sebastião do Convento dos Agostinhos de Limoges, onde segundo a tradição estava sepultado um Rei português do mesmo nome.”
Marquês de Pombal era filho de uma escrava negra
Famoso ministro que governou Portugal durante 27 anos, responsável pela reconstrução de Lisboa após o terramoto de 1755, pela extinção da Inquisição e pela lei de 19 de Setembro de 1761, que põe fim a trezentos e vinte anos de importação de mão-de-obra escrava para Portugal.
Uma outra lei pombalina de 1773, conhecida como ”Lei do Ventre Livre”, estipulava “que aqueles cuja escravatura remonta à sua bisavó sejam libertos e emancipados, mesmo que as mães e avós tenham sido escravas”.
Nessa altura a psicose com a mestiçagem é tão grande em Portugal, que são exigidos certificados de pureza genealógica a cada candidato à participação na gestão pública (Loude, Lisboa na Cidade Negra). Ironia do destino (ou não), Pombal tinha uma bisavó negra, escrava-amante do seu bisavô que era padre.
Portugal já sabia da existência do Brasil
Existem fortes evidências que Portugal já teria descoberto o Brasil antes da chegada de Pedro Álvares Cabral. Uma delas é, sem dúvida, a insistência de João II em alargar a área de influência portuguesa para ocidente durante o tratado de Tordesilhas, área essa que incluiria o Brasil.
Outra evidência poderá ser a rota típica feita pelos navegadores portugueses: perto do Atlântico Sul, os navegadores tinham o hábito de se desviar da costa Africana e navegar para ocidente de forma a aproveitar os ventos dominantes nessa zona.
Bastaria que se afastassem um pouco mais do que o normal para ocidente para que encontrassem o Brasil, o que efectivamente terá acontecido.
Cristóvão Colombo era português e espião
Dificilmente um mercador de Génova teria a vida que teve Cristóvão Colombo caso fosse, efectivamente, um simples mercador. Colombo casou com uma mulher da aristocracia portuguesa, tinha uma cultura muito acima do normal para a época e acesso e amizades na corte real. Além disso, em vários dos seus manuscritos em castelhano, deu erros típicos de um português que tenta escrever castelhano.
Para adensar ainda mais o mistério, grande parte dos nomes que ele atribuiu às localidades que descobriu na América são os mesmos de localidades da região de Cuba, no Alentejo, de onde ele seria originário.
Mais ainda: quando regressou da viagem à América, Colombo parou primeiro em Lisboa, comunicou a descoberta ao Rei português e só depois se dirigiu para Espanha.
Supostamente, o rei português teria engendrado um plano para distrair os espanhóis, levando-os no sentido contrário à Índia, local que na época era a maior fonte de riquezas comerciais do mundo e que, portanto, importava controlar. A verdade é que Colombo sempre afirmou aos Reis espanhóis que conseguiria alcançar as Índias dirigindo-se para ocidente em vez de oriente. Enquanto isto, os portugueses estavam descansados no seu plano em chegar à Índia dobrando a costa de África.