‘Um fraco rei torna fraca a forte gente’, foram estas as palavras de Camões. Mas será mesmo assim? Será que Portugal depende apenas dos seus governantes para ser um grande país ou será que também, e sobretudo, precisa do seu povo?
Quando se olha para os nossos livros de história, vemos frequentemente referidos grandes portugueses, governantes ou não, que conquistaram grandes feitos. Fala-se de reis, navegadores, poetas… Mas fala-se do povo?
Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia. Mas não foi sozinho? Não… fê-lo com os seus marinheiros. D. Afonso Henriques conquistou um Reino, mas fê-lo com os seus soldados.
Os portugueses, em geral, têm tendência para esperar que os governantes sejam capazes de resolver os problemas do país. Mas tal não dependerá mais de nós próprios do que dos nossos governantes?
Desenvolver um país, torná-lo moderno, fazer com que nele haja qualidade de vida, depende sobretudo de cada um de nós. Depende do bom trabalho de um professor na sala de aula, do bom trabalho de um médico no hospital, do bom trabalho de um simples homem do lixo, de um jardineiro ou de um agricultor.
Há bons governantes, maus governantes e governantes que nem o deveriam ser. Mas, são eleitos por nós mesmos, o próprio povo? Por isso, mais uma vez, importa referir: é da nossa inteira responsabilidade construir um país do qual nos possamos orgulhar, mesmo quando elegemos os governantes que nos representam.
É um tema para pensar nas celebrações que se aproximam da implantação da Republica Portuguesa.