Apesar de ser um país pequeno e com poucas patentes registadas, Portugal foi responsável pela invenção de artefactos, objetos ou sistemas que contribuíram decisivamente para mudar o mundo.
São várias as invenções portuguesas, mas quando falamos de invenções portuguesas que mudaram o mundo, o número torna-se mais restrito. No entanto, isso não significa que essas invenções foram criações menores. Algumas transformaram o nosso dia-a-dia, outras deram início a grandes revoluções tecnológicas e outras vieram tornar a nossa vida mais fácil.
Caravela – Este tipo de embarcação marítima surgiu no século XV pela mão dos portugueses. Foi especialmente utilizada durante a era dos Descobrimentos entre os séculos XV e XVI.
A origem do nome está envolta num mistério, enquanto se discute que pode ter origem em “cáravo” ou “cárabo”, um termo que vem da língua grega e significa “barco ligeiro utilizado no Mediterrâneo”, outros historiadores discutem que pode até vir de “carvalho”, a madeira que era utilizada para construir as caravelas.
A sua primeira utilização documentada na língua portuguesa data de 1255 e última referência em documentos impressos data de 1766, o que leva a pensar que o termo terá sido aplicado a várias embarcações ao longo do tempo.
Astrolábio náutico – Esta invenção portuguesa permitia aos marinheiros determinarem a latitude de uma embarcação em alto mar. Era também possível medir a altitude meridiana de uma estrela, contando que se conhecia a declinação da mesma.
O astrolábio náutico português é uma adaptação do astrolábio planisférico. A necessidade de adaptar este instrumento surgiu na era dos Descobrimentos, quando os navegadores portugueses tinham de navegar em alto mar, longe da costa.
Passarola – Apesar de Leonardo da Vinci ter desenhado, no século XVI, a primeira máquina voadora, Bartolomeu de Gusmão foi o primeiro a construir e a ter alvará (pedido ao Rei D. João V) em 1709, fazendo com que Portugal se tornasse pioneiro mundial na aviação.
Bartolomeu Lourenço de Gusmão nasceu em Dezembro de 1685 em Santos, no Brasil, que era então território português. Estudou em Belém, na Baía, ingressou na Companhia de Jesus e deslocou-se definitivamente para a capital em 1708.
Ainda no Brasil, destacou-se como inventor, tendo construído uma bomba hidráulica que elevava a água do rio até ao Seminário onde estudava. Em 1709 teria já a ideia de construir uma máquina voadora, pelo que dirigiu ao rei D. João V uma petição em que requeria para si uma patente sobre os proveitos de um «instrumento que inventou para andar pelo ar».
A bola de vento para microfones – Nos dias de hoje é impensável um técnico de som utilizar um microfone sem uma bola de vento. Mas saiba que esta invenção é portuguesa. O seu inventor foi Jaime Filipe, um engenheiro que trabalhou longos anos na RTP. Em 1981 criou a primeira bola de vento para microfones, que tem como objetivo final estabilizar o som captado pelo microfone e melhorar a qualidade do equipamento.
Via Verde – Surgiu pela primeira vez em 1991, criada pela empresa Brisa Autoestradas. Este sistema já é usado em vários pontos do mundo, permitindo, assim, a facilidade de pagamento nas portagens das autoestradas e pontes.
Ao passar pela via exclusiva a utentes numa portagem, um identificador DSRC colado ao para-brisas do veículo dialoga com uma antena presente na via e, salvo situações anómalas, a importância da portagem debita-se diretamente na conta bancária do cliente.
Se o identificador não for válido (ou inexistente) ou a classe do veículo (tal como é detetada pelos sensores eletrónicos da pista) não corresponder à classe codificada no identificador, o veículo infrator é fotografado e inicia-se a tramitação legal.
Multibanco – A Rede Multibanco apareceu em 1985 e foi uma das grandes mudanças no sector bancário em Portugal. É uma das mais avançadas no mundo, com capacidade de fazer qualquer tipo de pagamentos de serviços.
No início, foram instaladas apenas 12 caixas, espalhadas pelo Porto e por Lisboa, contando atualmente com mais de 13 mil caixas. É, sem dúvida, uma das invenções mais marcantes no nosso país e no nosso dia-a-dia.
Cartões pré-pagos – Quase todos os portugueses têm ou já tiveram um dia um cartão pré-pago no seu telemóvel. Consiste em carregar o cartão com determinado montante, que posteriormente pode gastar em chamadas ou mensagens telefónicas.
O que a maior parte das pessoas não sabe é que a TMN, atual MEO, foi a “inventora” deste sistema de pagamento que hoje em dia está espalhado um pouco por todo o mundo.
Coloradd – O Coloradd é um sistema de identificação de cores para daltónicos (problema que afeta 10% da população masculina mundial), desenvolvido por um designer gráfico português.
Desde que foi criado, o Coloradd tem sido aplicado em várias áreas, nomeadamente na saúde e educação, como por exemplo: embalagens de comprimidos, nas pulseiras de hospital, lápis de cor, nos mapas de rede de metro, semáforos, sinalética, embalagens, entre outros.