Sogrape estuda possibilidade de utilizar ETAR para irrigar vinhas do Douro

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O diretor de investigação e desenvolvimento da Sogrape Vinhos, António Graça, afirmou hoje que está a ser estudada a “possibilidade de utilizar as águas das estações de tratamento residuais [ETAR] para a irrigação” das vinhas do Douro.
Durante a sessão, designada “O impacto económico da água e dos recursos hídricos”, realizada no âmbito do Fórum Internacional GTM – Gaia Todo um Mundo, António Graça revelou que a empresa de cultivo, produção e exportação de vinhos Sogrape, vai dar início, no mês de outubro, aos “testes de um projeto europeu em marcha”.
“Estamos a estudar, e vamos testar, a possibilidade de utilizar a água de ETAR urbanas, isto porque parte significativa das vinhas se encontra em encostas com mais de 300 metros. Visto que esses centros estão também localizados em zonas altas, a água poderia chegar às vinhas, sem qualquer tipo de custos”, afirmou António Graça.
A empresa Sogrape Vinhos detém sete quintas de colheitas vinícolas na região do Douro, sendo elas a Quinta do Seixo, a Quinta do Porto, a Quinta do Caêdo, a Quinta do Vau, a Quinta da Leda, a Quinta do Sairrão e a Quinta da Granja.
Numa conferência onde se abordaram as questões climáticas, e onde também participaram o Secretário-geral do Conselho Nacional da Água, Joaquim Poças Martins, e o Vice-presidente da Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos, António Graça alertou ainda para o facto “dos dez anos que registaram temperaturas mais quentes” terem ocorrido “nestas duas últimas décadas”.
“Este aumento de temperaturas fez com que em alguns casos, muitas plantações morressem. Começa a ser evidente que todo o trabalho que tem sido feito, tem pecado por defeito. A situação dos últimos dez anos foi pior do que o previsto”, salientou.
O diretor de investigação e desenvolvimento da Sogrape abordou também as medidas adotadas, no decorrer deste ano, pela empresa para a redução da exploração dos recursos hídricos como o “aproveitamento das águas da chuva através de reservatórios” e a “recirculação das águas das garrafas das linhas de enchimento”.
Ao longo da sessão, para além do impacto que estas alterações climáticas podem vir a ter no futuro, Joaquim Poças Martins relembrou também a importância de se “debaterem questões do presente”, como “as medidas que deveriam ser tomadas” para a redução do consumo hídrico, nomeadamente a “mudança de dietas” e a “reutilização da água”.
“Podem até acontecer muitas coisas más, como cheias e secas, mas felizmente temos boas soluções. Há água que chegue, mas isto, se a gerirmos bem”, acrescentou Joaquim Poças Martins.
A segunda edição do fórum internacional Gaia Todo um Mundo arrancou hoje sob o tema “Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável” e, até domingo vai levar ao centro histórico da cidade música, artes visuais, teatro, cinema, conferências e outras atividades.

Lusa

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