Festival dedicado ao fado e à canção de Coimbra começa na quinta-feira

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A primeira edição do festival “Correntes de um Só Rio” arranca na quinta-feira, com uma programação dedicada ao fado e à canção de Coimbra, num momento que também se quer de reflexão e de valorização do património musical coimbrão.

Um concerto de “Carlos Paredes para bebés”, uma serenata em que a canção de Coimbra se junta ao cante alentejano, nas escadas da Sé Velha, uma exposição que viaja pela edição discográfica da canção de Coimbra, uma instalação sonora e uma conferência sobre este género musical coimbrão são algumas das propostas do festival que decorre de quinta-feira a 07 de outubro.

A iniciativa é organizada pela Câmara Municipal e tem o Convento São Francisco como palco principal, espaço por onde vão passar nomes como Cristina Branco, na quinta-feira, Vitorino, que vai interpretar António Menano, no domingo, e Pedro Jóia Trio (05 de outubro).

No Convento São Francisco, haverá ainda, a 4 de outubro, uma “Grande Noite do Fado e da Canção de Coimbra”, onde serão apresentados em palco temas clássicos e novas propostas e, a 7 de outubro, o festival encerrará com uma atuação do grupo de fados ‘a cappella’ com a Orquestra Clássica do Centro.

Segundo a vereadora da Câmara de Coimbra Carina Gomes, a todos os artistas que não são da cidade foi-lhes pedido “que se inspirassem em Coimbra” para o seu espetáculo, ajudando também a cidade a refletir sobre o estado do fado e da canção de Coimbra.

“Coimbra já precisava de um grande evento dedicado ao fado e à canção de Coimbra”, disse à agência Lusa Carina Gomes, considerando que também se pretende que o festival seja um ponto de partida para outros desafios, nomeadamente a reflexão sobre este género musical, a forma como deve ser promovido no exterior ou até a possibilidade de se elaborar uma candidatura autónoma a património mundial da humanidade.

Carina Gomes referiu ainda que o projeto surge num contexto de preparação da candidatura da cidade a Capital Europeia da Cultura 2027, tendo sido dada uma orientação “muito clara” às equipas municipais para uma aposta renovada na canção de Coimbra.

Sobre a possibilidade de candidatura da canção de Coimbra a património mundial da humanidade, a vereadora refere que “é ainda muito precoce” falar dessa ideia, apesar de sublinhar que o festival será um bom momento para se debater essa questão.

“Estamos abertos e disponíveis para acompanhar a vontade generalizada que saia dessa reflexão”, acrescentou.

Para Manuel Portugal, um dos consultores do festival e presidente da associação Fado Hilário, há muito que se sentia a necessidade de se incentivar a música de Coimbra a voltar ao palco.

“Houve grandes momentos da música de Coimbra em palco, mas agora não estava a acontecer nada que devolvesse aos grandes palcos os projetos de Coimbra, mais ou menos tradicionais”, afirmou.

Nesse sentido, o músico acredita que este será também um momento de reflexão da canção de Coimbra, apontando também para a conferência – cuja data ainda está por definir – onde se vão juntar “olhares de fora”, como o musicólogo Rui Vieira Nery ou o editor David Ferreira, para falar sobre o futuro deste género musical.

Para Manuel Portugal, a canção de Coimbra “não pode ficar reduzida nem a circuitos turísticos nem a serenatas duas vezes por ano”. “Deve haver uma outra força e outra regularidade e incentivar novos caminhos” para esta expressão cultural coimbrã.

Segundo o presidente da associação Fado Hilário, a canção de Coimbra “está muito aquém do que pode ser feito”, sendo necessário um esforço conjunto da cidade para dar um novo fôlego a um tipo de música que hoje parece estar reduzido ao ambiente académico e às baladas de despedida.

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