Couteiro-mor era chefe dos guardas das coutadas – zona de caça – onde o rei caçava. Quem viaja entre Vendas Novas e Montemor-o-Novo na Estrada Nacional 4, encontra à sua direita a Herdade do Menir e a moderna Adega contígua à vinha com as grandes letras pintadas – Couteiro Mor. Segundo o historial em 1988 e pela mão do Sr. Gabriel Francisco Dias, foi efectuada a primeira venda de uvas produzidas na Herdade do Menir a outras adegas. Em 1990 aventurou-se na construção de uma adega com o objectivo de vinificação das suas próprias uvas, sendo em 1991 produzido o primeiro vinho da marca comercial Couteiro-Mor.
Em 2012, a Herdade do Menir foi adquirida por uma família algarvia que assume a liderança da herdade e de todas as suas marcas, com a empresa Menir BR- Sociedade Agrícola SA
Sérgio Pereira- gestor operacional recebe-nos e fala da Herdade do Menir- Couteiro-Mor, onde há um espaço de Enoturismo com grande potencial de exploração e numa paisagem de vinhas que se estendem em redor da Adega.
Os vinhos produzidos sob a orientação dos enólogos Anselmo Mendes e Diogo Lopes e do enólogo residente Fábio Fernandes, aqui são vinificados e estagiam, alguns em cascos de madeira, fruto das uvas de produção própria.
MP- Sr. Sérgio Pereira fale-nos um pouco da história da Couteiro-Mor e desta Herdade do Menir onde nos encontramos?
Sérgio Pereira – Tudo começou com o Sr. Gabriel Francisco Dias, que foi comprando propriedades e agregando e vendia as uvas produzidas, construiu depois a adega, as propriedades passaram depois para filhos e netos e em 2012 acabaram por vender ao Dr. João Barão Rodrigues, um empresário algarvio, em várias areas de negócio e ligado ao futebol da SAD do Farense. O seu investimento e aproveitando as marcas que já estavam implantadas no mercado, há mais de duas décadas, juntou-se uma nova marca por nós criada “ O Barão Rodrigues” em homenagem ao proprietário – João Barão Rodrigues, e que nos faz a ponte entre o Couteiro- Mor e o nosso ícone ou vinho de topo o “Vale de Ancho”. Este vinho só é produzido em anos de excelência, por escolha do enólogo.
Em termos de marcas temos a gama tradição com o Couteiro Mor Colheita branco e tinto, a nossa mais importante marca em termos de notoriedade – marca de entrada Gama Tradição ( com Couteiro Mor colheita e Dom Gabriel) ; a Gama Seleção com o Couteiro Mor escolha, Colheita Selecionada , Reserva e Grande Escolha; Temos depois na Gama Inovação o Ouzado e depois a gama terroir com Barão Rodrigues e Vale de Ancho nos DOC Alentejo, tinto. Para restauração temos uma marca o D. Gabriel, com o mesmo perfil do vinho de entrada, mas que não se encontra nas grandes superfícies.
MP- Quantos hectares tem de vinha?
SP- Neste momento temos em produção, 100 hectares e mais de 15 de plantio novo. Área total das herdades perfaz 320 hectares, divididos em 6 herdades, e a que corresponde os 115 hectares de vinha. As castas encepadas são o: Aragonez. Alicante Couchet, Touriga Nacional, Syrah, Cabernet Sauvignon, Tinto Cão, Baga, Petit Verdot e Merlot, nas tintas. Nas castas brancas temos o Antão Vaz, Arinto e Viognier. O empresário da Couteiro Mor o Dr. João Barão Rodrigues, tem por sua vez, uma vinha no Algarve, junto da barragem de Odeleite – Castro Marim, com 6 hectares. A produção anual cifra-se num milhão de Kg de uvas- 750.000 litros de vinho (incluindo tinto, o branco e rosé) sendo 70% de tinto e 30% de branco. Temos capacidade para fazer 1 milhão de garrafas
MP- E onde é vendido o vosso vinho?
SP- No mercado nacional de Norte a sul, estamos na Grande Distribuição, sendo o nosso maior foco de vendas no Algarve.
MP- E nos mercados internacionais. Em termos de exportação, já exportam os vossos vinhos?
SP- A empresa já exportava antes e seguiu essa linha da exportação, com novos mercados como o caso de Angola e o caminho é por aí! A exportação representa 30 a 35% do vinho engarrafado e estamos receptivos a novos importadores nos mais variados países e que já tem visitado a Adega no âmbito das visitas educacionais do SISAB PORTUGAL, evento onde marcamos presença. Para além de Angola e Moçambique, no Brasil estamos em Minas Gerais e a começar em Fortaleza e com um pé de entrada da cadeia Pão de Açúcar.
Na Europa, uma presença modesta na Alemanha, estamos depois na Bélgica, Holanda, Suíça com uma boa presença. Os prémios conquistados e as classificações internacionais tem dado o devido reconhecimento aos vinhos que produzimos com dedicação por uma equipa que não vai além de 15 pessoas, que investe na vinha, pois o vinho faz-se na vinha e depois se dedica de corpo e alma ao produto – vinho que chega à mesa do consumidor.