Estes são alguns dos bairros mais problemáticos de Portugal. Situam-se na periferia das grandes cidades e neles abundam os problemas sociais e a criminalidade. As autarquias e várias associações locais têm apostado no apoio social e na inclusão dos seus habitantes, mas muito há ainda para fazer. No entanto, importa ressalvar que, mesmo sendo alguns dos locais mais problemáticos das áreas urbanas de Lisboa e do Porto, aqui também moram boas pessoas, trabalhadoras e cumpridoras das regras cívicas mais elementares e que não devem ser confundidas com quem, efetivamente, comete crimes e causa problemas.
Bairro Pinheiro Torres (Porto)
Assumiu nos últimos anos um novo protagonismo, com o tráfico de droga a ser o maior flagelo. As autoridades referem que é um dos principais focos de criminalidade da cidade. Já houve homicídios, em 2008, motivados por confrontos motivados por tráfico de droga.
Bairro da Bela Vista (Setúbal)
Os primeiros realojamentos de famílias residentes em barracas e de refugiados das ex-colónias datam de 1980. O bairro tem sido palco de vários desacatos. A 7 de Maio de 2009 voltou a ficar a ferro e fogo quando os moradores se revoltaram contra a PSP, após o funeral de um amigo, morto a tiro pela GNR. A Câmara de Setúbal disse, depois, que quer desmantelar o bairro. Agora, o Sindicato Profissional da Polícia juntou-se ao Centro Cultural Africano e aos Sapadores Bombeiros para criarem um gabinete de gestão de conflitos.
Bairro do Aleixo (Porto)
É conhecido como o hipermercado da droga do Grande Porto, registando frequentes incidentes. Há alguns anos, um tiroteio entre famílias levou à intervenção da PSP. Há relatos de várias agressões. A polícia só entra no bairro, em especial na Torre 1, com um contingente especial. Inicialmente constituído por cinco torres, sobram três cuja câmara quer demolir também, mas os moradores têm lutado para travar essa medida.
Bairro Quinta da Fonte (Loures)
É um bairro de construção clandestina que recebeu, depois de 1977, muitas pessoas que viviam em bairros de lata na área de Lisboa e arredores. Trata-se de um bairro jovem: cerca de 50% dos seus habitantes têm menos de 20 anos. A grande maioria é de origem africana: 75% são cabo-verdianos, mas há também guineenses e angolanos. Nos últimos anos, trabalhadores dos países de leste também encontram abrigo no bairro. Quanto a portugueses são essencialmente oriundos do interior do País. Bairro de má fama, foi palco de vários confrontos violentos entre polícia e traficantes. A maioria da população activa masculina trabalha na construção civil (44,5%). As mulheres trabalham essencialmente no serviço doméstico e de limpeza.
Quinta do Mocho (Loures)
A ocupação do bairro começou na década de 70, com imigrantes das antigas colónias. Hoje, 90% dos habitantes são de origem africana. Em Agosto de 2008, um tiroteio entre dois gangues rivais originou a morte de um rapaz de cerca de 20 anos.
Bairro do Cerco (Porto)
É o segundo maior bairro do Porto, com muitos problemas de crime e toxicodependência. Recebeu parte da população desalojada pela demolição do bairro de São João de Deus. Roubos e apreensões de armas são habituais. Existe um Contrato Local de Segurança, com o seu espaço no bairro.
Quinta da Princesa (Seixal)
Inaugurada há cerca de 30 anos, a Quinta da Princesa é um bairro social onde várias raças se cruzam, sendo a esmagadora maioria de origem africana. A 10 de Dezembro de 2008 o bairro foi notícia porque alguns moradores mantiveram presos cinco rivais da Cova da Moura, guardados por cães de raça ‘pit bull’. O caso, conhecido como “Cárcere Privado”, resultou de um ajuste de contas por alegados negócios de tráfico de droga mal sucedidos em 2006.
Cova da Moura (Amadora)
A ocupação maciça aconteceu em 1977. 75% da população é cabo-verdiana. O bairro, de construção clandestina, tem uma população jovem. É conhecido pelas ligações ao tráfico de droga e de armas, e relatórios associam-no a muita da criminalidade violenta verificada em Lisboa.
Bairro Branco (Almada)
No aglomerado de habitação social no Monte de Caparica (Almada), o chamado Bairro Branco é identificado pela população como um local pouco seguro. Os prédios pintados de branco, pouco cuidados, não convidam à permanência. O tráfico de droga é um dos crimes mais frequentes, mas também há relatos de furtos de carros e lutas ilegais de cães.
6 de Maio (Amadora)
Juntamente com a Cova da Moura, o Estrela d’África e o Santa Filomena, é um considerado um dos mais perigosos bairros do concelho da Amadora. Tráfico de estupefacientes e de armas e roubo são os principais crimes identificados ali pelas autoridades policiais, que quase sempre têm dificuldade em entrar neste labirinto à beira da Estrada Militar. Não são raros os episódios de confronto entre os moradores e a PSP, com detenções, feridos e desacatos.