A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) estima que nos incêndios florestais de 2017 tenham ardido mais de três mil quilómetros de cabos de comunicações e 50 mil postes.
No Relatório de Regulação, Supervisão e Outras Atividades relativo ao ano passado, o regulador das telecomunicações aponta que, “ao longo do ano (de 2017), ocorreu em Portugal um número significativo de incêndios florestais de grandes dimensões, nomeadamente nos meses de junho e outubro”.
Neste ano, registaram-se, por isso, “mais de três mil quilómetros de cabos de comunicações ardidos – cobre e fibra ótica -”, bem como “50 mil postes de comunicações ardidos”.
Acrescem “mais de 200 locais de instalação de estações de radiocomunicações afetados”, segundo a informação preliminar sobre o impacto dos incêndios florestais nas infraestruturas de comunicações eletrónicas, inserido naquele relatório.
Ainda assim, a Anacom ressalva que continua a avaliar a “segurança e integridade das redes e serviços de comunicações eletrónicas”.
Os distritos afetados por estes danos nas infraestruturas foram os de Aveiro (Águeda, Anadia, Arouca, Castelo de Paiva, Mealhada, Oliveira do Bairro, São João da Madeira, Sever do Vouga, Vagos, Vale de Cambra), Braga (Braga, Guimarães, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira do Minho, Vizela), Bragança (Macedo de Cavaleiros), Castelo Branco (Belmonte, Castelo Branco, Covilhã, Fundão, Manteigas, Oleiros, Penamacor, Sertã), Coimbra (Arganil, Cantanhede, Condeixa-a-Nova, Coimbra, Figueira da Foz, Góis, Lousã, Mira, Mirando do Corvo, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Tábua, Vila Nova de Poiares) e Guarda (Almeida, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Sabugal, Seia, Trancoso).
Acrescem os distritos de Leiria (Bombarral, Castanheira de Pêra, Figueiró dos Vinhos, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Peniche), Porto (Baião, Gondomar, Vila Nova de Gaia), Santarém (Abrantes e Mação), Viana do Castelo (Arcos de Valdevez, Melgaço, Monção, Ponte da Barca, Valença), Vila Real (Boticas, Montalegre, Vila Real) e Viseu (Carregal do Sal, Castro Daire, Cinfães, Mangualde, Mortágua, Nelas, Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, Santa Comba Dão, São Pedro do Sul, Tondela, Viseu, Vouzela).
No relatório, a Anacom alude aos dados do Sistema de Informação Europeu de Incêndios Florestais (EFFIS) para assinalar que, “até 19 de outubro de 2017, foram contabilizados 356 incêndios florestais com uma área ardida superior ou igual a 30 hectares para um valor total de área ardida de 520.515 hectares”.
“Este valor é quatro vezes superior ao correspondente valor médio calculado para os anos 2008 a 2016, cerca de 357 hectares/incêndio florestal”, destaca.
O grande incêndio de junho de 2017 afetou a zona de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, enquanto os grandes fogos de outubro assolaram vários concelhos da região Centro.
A Anacom adianta, no relatório, que o incêndio de junho afetou “gravemente as redes e serviços de comunicações eletrónicas”, tendo destruído ou danificado “mais de cem de quilómetros de cabos de fibra ótica, mais de 150 quilómetros de cabos de cobre e mais de cinco mil postes de madeira”.