A câmara de Vila Nova de Gaia transportou meia centena de pessoas através do ‘shuttle on demand’, serviço experimental gratuito da beira-rio disponível desde o dia 25 julho, avançou hoje o presidente da autarquia.
Desde a sua implementação, a 25 de julho, este transporte em carro e a pedido entre a casa e a paragem de autocarro de residentes do Centro Histórico com idade igual ou superior a 50 anos e/ou com mobilidade reduzida serviu 51 pessoas, tenso sido feitas cerca de três dezenas de deslocações.
“É uma solução experimental na beira-rio, mas admito que possa evoluir para outros sítios. Aproveitamos o momento em que retiramos o tráfego da beira-rio e procuramos dar um sinal às pessoas mais idosas de que queremos que fiquem e se mantenham no Centro Histórico”, disse à agência Lusa o presidente da câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues.
O autarca admitiu que no início “houve desconfiança”, mas, entretanto, o balanço é “positivo”, estando “em estudo” o alargamento a “zonas do concelho onde há uma dificuldade ou impossibilidade económica de ter autocarros a passar”.
A decisão, vincou Eduardo Vítor Rodrigues, “ainda não está tomada”, mas as futuras zonas com ‘shuttle on demand’ podem ser tanto no interior, onde o autocarro quase só passa na rua principal da freguesia, como na malha urbana, onde a distância de casa das pessoas ao metro é grande, uma dificuldade que se acentua no inverno.
O atual modelo é em carro e com motorista, mas no futuro o serviço poderá ser com carrinha, avançou o autarca de Gaia, salientando que não se trata de um serviço concorrencial aos que o mercado oferece, sendo “serviço público”.
Aliás, a autarquia antes de avançar com esta medida ofereceu a ideia aos operadores privados, contou Eduardo Vítor Rodrigues.
“E no futuro será igual. Tudo o que tivermos será previamente oferecido aos operadores privados. Não estamos a criar um sistema de transporte. Levamos de casa ao autocarro e não a locais como centro de saúde, etc. Mas se os operadores não quiserem, como aconteceu na beira-rio, não podemos esquecer a função social do município e temos de avançar por meios próprios”, referiu.
Este transporte destina-se a uma determinada faixa etária ou a pessoas com condições de mobilidade muito concretas.
Dados enviados à Lusa pela autarquia de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, apontam que a média de idades das pessoas que até aqui solicitou o serviço situa-se acima dos 60 anos.