A Associação de Apicultores da Serra do Caramulo promove este mês mais uma edição da festa do mel, apesar de considerar que este é “o pior ano de produção”, com quebras “na ordem dos 80 a 90%”.
Segundo Isidro Ferreira, dirigente desta associação do concelho de Tondela, são vários “os fatores que contribuíram para este resultado, nomeadamente a redução da flora apícola, decorrente dos incêndios, a vespa velutina e as alterações climáticas, com grande oscilação de temperaturas e longos períodos de chuva durante a primavera”.
Na sua opinião, “em determinadas zonas do país, a continuidade da apicultura encontra-se ameaçada, pois são muitas as dificuldades e os desafios inerentes a esta atividade e poucas têm sido as ajudas”.
Isidro Ferreira referiu que, “numa altura em que muito se fala na importância da reabilitação e dinamização dos meios rurais”, o papel da apicultura deve ser relembrado.
“A apicultura tem tido um papel crucial no combate à desertificação, na diversificação do uso da floresta, na sustentabilidade, na preservação da biodiversidade e no aumento da produção agrícola, através da polinização das abelhas”, sublinhou.
De acordo com o dirigente associativo, em Portugal, a apicultura “só é possível pela perseverança e resiliência dos apicultores numa atividade que, apesar de apaixonante, muitas das vezes não gera retorno económico face ao esforço físico e investimento”.
A associação decidiu realizar a XII Festa do Mel no Caramulo, no dia 26, por considerar que, “apesar de as circunstâncias atuais não serem as mais favoráveis, a apicultura merece ser festejada”.
Além da animação musical, a festa contará com uma exposição de mel e de outros produtos apícolas, de artesanato, de produtos regionais e terá espaços de gastronomia regional, provas de mel e animação infantil.
Antes do almoço convívio, realiza-se uma sessão de esclarecimento sobre vespa velutina.