Dia 14 de agosto o Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota assinala a data com uma cerimónia oficial com a presença de forças militares.
Neste dia será ainda entregue o Prémio António Sommer Champalimaud que vai na sua terceira edição.
Para além das cerimónias oficiais ao longo do dia os visitantes poderão visitar o Campo da Batalha, assistir a animação histórica e visitar uma exposição Temporária intitulada ‘A Juventude de Nuno Álvares Pereira’ que vai estar patente até dia 14 de setembro
A entrada é livre.
1385 – Batalha de Aljubarrota
A batalha ocorrida no planalto de S. Jorge no dia 14 de Agosto de 1385 constituiu um dos acontecimentos mais decisivos da História de Portugal. Sem ela, o pequeno reino português teria, muito provavelmente, sido para sempre absorvido pelo seu poderoso vizinho castelhano. Sem o seu contributo, o orgulho que temos numa história largamente centenária, configurando o estado português como uma das mais vetustas e homogéneas criações políticas do espaço europeu, não seria hoje possível.
A Batalha de Aljubarrota proporcionou definitivamente a consolidação da identidade nacional, que até então se encontrava apenas em formação, e permitiu às gerações futuras portuguesas a possibilidade de se afirmarem como nação livre e independente.
Nuno Álvares Pereira
Nasceu no Paço de Bomjardim ou Flor da Rosa em 1360 e faleceu em Lisboa em 1431. Também é conhecido como o Santo Condestável, Beato Nuno de Santa Maria ou São Nuno de Santa Maria, ou simplesmente Nun´Álvares.
Após a morte do Rei de Portugal D. Fernando em 1383 a sucessão da Coroa ficava nas mãos do seu genro o Rei João I de Castela, casado com sua filha D. Beatriz. Para não perder a independência para os castelhanos, o meio-irmão do Rei, D. João Mestre de Avis decidiu tomar disputa pelo Reino Português.
D. João nomeou então Nuno Álvares Conde de Ourém e Condestável do Reino, isto é, Comandante Supremo do Exército, cargo criado por D. Fernando que, pela sua vez é reconhecido como Rei de Portugal.
A reação do Rei de Castela foi a invasão de Portugal pela Beira Alta, mas o rápido controlo da situação por parte de Nuno Álvares Pereira não permitiu o avanço das tropas castelhanas em território português.
A resolução do conflito aconteceu durante a Batalha de Aljubarrota em 1385 onde as tropas lusitanas obtiveram a vitória sobre a armada castelhana o que levou à consolidação da independência portuguesa.
Pelos serviços emprestados à Corte Portuguesa, D. Nunes Álvares Pereira é nomeado Conde de Arraiolos e Barcelos. Contudo, não descuidou as fronteiras com Castela para prever possíveis novos ataques.
Embora sempre reconhecidas suas qualidades espirituais pelas que mandou construir igrejas e mosteiros como a Igreja de Santa Maria da Vitória, na Batalha, a sua vida religiosa começa verdadeiramente após a morte de sua esposa. Para estes fins ingressa na Ordem do Carmo em 1423, instituição religiosa fundada por ele em 1389 e toma o nome de Irmão Nuno de Santa Maria, permanece nesta ordem até sua morte em 1431.
A partir desse momento, o povo reconhecendo o seu valor passou a nomeá-lo de Santo Condestável, nome que seria utilizado até sua beatificação em 1918 pelo Papa Bento XV através do Decreto Clementissimus Deus. A posterior canonização foi ordenada pelo Papa Bento XVI, em 2009 onde o Beato Nuno passaria a ser chamado de Santo.
Muitas pessoas desconhecem que o Convento do Carmo em Lisboa foi por Nuno Álvares Pereira mandado edificar.