O Dia de Nossa Senhora das Neves, como o padre Sérgio Santos relembrou na homilia da festa de Ceras – em honra de Nª Srª da Ajuda, celebra-se a 5 de agosto, que calhou ser o dia principal da Festa de Ceras- Tomar 2018. Registe-se que esse dia foi instituída no ano de 352 e conta que um casal romano muito rico e já idoso, sem filhos, pediu orientação sobre o que fazer às suas posses a Nossa Senhora. Em sonhos, na noite de 4 para 5 de agosto, Nossa Senhora disse ao homem do casal para lhe edificar uma basílica na colina de Roma que no dia seguinte apareceria coberta de neve. Realmente, em plena época de maior calor em Itália, nevou milagrosamente no monte Esquilino a 5 de agosto, no local onde se encontra agora a Basílica de Santa Maria Maior, assim chamada por ser a maior (e a primeira) de todas as Igrejas de Roma dedicadas à Virgem Maria. O Papa Libério, que recebeu a mesma aparição em sonhos, mandou construir a Basílica no século IV.
Ceras, é uma aldeia de fundação templária em que D. Afonso Henriques doou aos Templários o antigo Castelo de Ceras, que fazia parte da linha de defesa entre Mondego e Tejo, juntamente com a Torre Templária de Dornes ( Zêzere) e com o castelo de Redinha e de Pombal, castelo esse, o de Ceras, que não chegou aos nosso dias e que se situava proximo da Via Romana ( Scalabis/Conimbriga) hoje rota dos Caminhos de Santiago, antes de D. Gualdim Pais em 1158, ( mestre e cavaleiro Templário) se ter decidido a ir construir o Castelo de Tomar e fundar a cidade, por ser uma zona mais ampla e rica em recurso hídricos. Com uma rica capela de 1755 e tradições religiosas muito fortes, todos os anos promove uma festa em Honra da sua Padroeira – Nª Srª da Ajuda, e em que são incorporados por direito próprio tabuleiros, numa acção de graças da festa das colheitas e de oferta, como depois acidade de Tomar veio a aglutinar na Festa Grande dos Tabuleiros com todas as freguesias presentes
Nesta aldeia, do concelho de Tomar nesta edição da festa, com um fim de semana de forte calor, a tradição voltou a cumprir-se com João Alves, ex-emigrante nos EUA e coadjuvado por uma equipa “cinco estrelas” a realizar, uma festa singela, simples, mas cheia de significado e muita fé, como se viu na procissão em que num alcatrão da EN 110, com temperatura acima dos 50 graus haver pessoas a cumprir promessas descalços.
Sem a presença de outro João Alves – o dedicado presidente da Junta que recuperava de mais uma operação à vista, a procissão voltou, como é tradição, a incorporar tabuleiros, os andores e bandeiras religiosas e o transito bem orientado pela GNR de Tomar coabitou em segurança, numa movimentada estrada a EN 110 que liga Tomara Coimbra. Na procissão, presente mais um ano a Filarmónica Payalvense, que procissão religiosa deve fazer o esforço financeiro para ter sempre banda.
O Grupo de Cantares Pedra e Cal e a Escolas de Concertinas de Dornes foram o grupo de animação popular e os conjuntos mais em conta, mas não menos profissionais como Brysas, Império e organista Paula Ribeiro colocaram o povo a dançar e registo a actuação do Grupo SEDE que num TRIBUTO ao Rock Português, deram um espectáculo memorável, no domingo dia 5 Agosto.
No peditório pelo lugar, já que a fonte de receita da festa são os donativos que o povo do lugar e seus amigos e alguns patrocinadores dão, que a mantem de pé, os Gaiteiros “ Os Patos Bravos” andaram de casa em casa e em que, perante cada vez mais, uma aldeia de casas de gente ausente, os moradores, na sua maioria idosos, contribuem, como sempre fizeram, com fé na sua padroeira!
Muitos emigrantes presentes, que nesta altura se revêem e juntam e que ajudam na organização da festa e que quando chegam a Portugal (vindos da Europa) antes de férias na praia, estão na festa da sua aldeia com muita alegria.
ANTÓNIO FREITAS