A empresa FUMEIROS DA GUARDA, iniciou a tradição da salsicharia em 1978 numa pequena unidade onde preparava os seus produtos utilizando todos os ingredientes já usados pelos seus antepassados e com métodos artesanais característicos da região da Guarda, tão rica em fumeiros.
Depressa se sentiu a necessidade de alargar a gama de produtos, mas com a preocupação de manter sempre a tradição e qualidade tão típicas da região.
No ano de 1981 a empresa foi transferida para novas instalações. Mais espaçosas e melhor equipadas que têm vindo a ser remodeladas obedecendo à legislação em vigor. Continua a cumprir a tradição da região da beira interior fazendo com que os seus produtos sejam apreciados de norte a sul do país e também além fronteiras.
A missão é produzir e desenvolver produtos alimentares com toda a qualidade de modo a garantir a satisfação de todos os consumidores. Querem para isso ser uma empresa de referência, admirada, pela capacidade de saber fazer com inovação no setor da salsicharia. Os FUMEIROS DA GUARDA são produzidos segundo as mais exigentes condições de higiene e segurança alimentar, garantindo ao cliente e consumidor final um produto seguro e de qualidade superior.
ENTREVISTA COM MIGUEL ESPÍRITO SANTO – Diretor Geral
O projeto desta empresa nasceu em 1978 pelas mãos do meu pai que iniciou o seu desenvolvimento começando pela produção dos enchidos tradicionais e mais tarde entrando também no setor do abate. No início de 2000 optou-se de novo por ficar apenas com o setor da produção de enchidos, e foi esta concentração que permitiu que nos viéssemos a tornar especialistas nesta área.
E só trabalham a gama de porco?
Temos a gama de porco convencional e agora temos outras variantes como o caso das aves, em que de certa forma fomos pioneiros, porque quando entramos neste setor começamos a fazê-lo com 100 por cento de carne de aves, enquanto que a nossa concorrência fazia sempre uma mistura com gorduras de porco…
E isso por uma questão de saúde, acompanhamento das tendências do mercado ou a piscar o olho a alguns mercados específicos?
Devo dizer que por ambas as situações. Em primeiro lugar porque vimos que era uma clara tendência de mercado, da alimentação saudável, da redução do teor de sal e gorduras, mas também para tentar entrar nalguns mercado estrangeiros que não consomem carne de porco.
E como está neste momento a exportação para a “Fumeiros da Guarda”?
A exportação para a empresa foi um projeto que teve inicio apenas em 2012, quando se decidiu fazer uma aposta mais forte na internacionalização e desde então temos estado sempre em franco crescimento com a ajuda do SISAB PORTUGAL que nos permitiu chegar já aos dez por cento da faturação e com tendência para crescimento. Este ano de 2018 está a revelar-se um bom ano de crescimento e o mesmo esperamos que aconteça em 2019.
E de que maneira tem sido importante o SISAB PORTUGAL?
Todos os anos, alguns dos contatos iniciados na feira, têm-se revelado geradores de negócios e portanto muito bons tanto em clientes como em faturação.
Para que mercados já estão a exportar?
Para praticamente todos os países da europa, Benelux, França, Suíca, Alemanha, Inglaterra. E fora da Europa para Angola e Moçambique…
E mercados em vista para o futuro?
Temos tentado os mercado do norte de África com as gamas de aves mas não tem sido fácil por causa dos processos de certificação que quase nos exigem uma unidade de produção exclusiva para conseguir a certificação. Mas por enquanto o grande volume da nossa faturação assenta na gama de porco. É uma questão que continua a ser tratada,
mas que está um pouco em “stand by”de momento. Por outro lado cada vez mais o Oriente é um mercado apetecível, mas que tem os seus embargos nomeadamente às carnes de porco processadas, e o mesmo se passa nalguns países das Américas, mas acredito que novos ventos virão. São decisões políticas que esperamos venham a ser ultrapassadas, para podermos começar a fornecer esses mercados, estamos preparados para isso…
O mercado nacional continua, portanto, a ser o vosso mercado preferencial…
A maior fatia do n
osso mercado, cerca de 90% está de fato no mercado nacional com grande enfoque na grande distribuição moderna e mercados grossistas.
O que torna diferentes os produtos da Fumeiros da Guarda?
São produtos diferenciados pela qualidade da fumagem, nós na “Fumeiros da Guarda” fumamos os produtos em lenha de azinho o que lhes confere algumas características especiais. Os enchidos são de paladar intenso e têm um sabor especial e distinto. São produtos muito bem apaladados, aliados a uma boa cura na fumagem.
Quem decide o tempero e os sabores que vão para o mercado?
Há uma receita própria e que tem que ser rigorosamente cumprida, mas Isso ainda vem do “saber” do meu pai que está ainda na empresa, e essa área está debaixo da sua supervisão.
Os métodos de fabrico são semelhantes aos velhos métodos tradicionais. A fumagem por exemplo, é tão tradicional como era há muitos anos nas cozinhas particulares.
Este setor que tem sido tão atacado pela “alimentação saudável”, pelo teor de gorduras e de sal, tem obrigado a algumas alterações na vossa produção?
Em primeiro deixe-me dizer que isto é como o álcool, tem de ser consumido com “moderação”, mas de qualquer das formas temos muito presentes essa necessidade do consumo e já temos reduzido bastante o sal nos enchidos até ao limite possível.
E projetos para o futuro?
Estamos a trabalhar no lançamento de uma nova gama de enchidos, que possivelmente irá ocorrer no próximo SISAB PORTUGAL, muito na linha do que fazemos todos os anos apresentando sempre um produto original. Neste momento ainda não posso adiantar mais porque ainda está no “segredo dos Deuses” até ao SISAB.
Para além de todos os enchidos que produzem, têm nos presuntos um produto especial?
Temos de há um ano para cá desde que fizemos a apresentação na última edição do SISAB PORTUGAL. É uma gama de presuntos raça “Duroc”. Trata-se de uma raça muito especial mas que era desconhecida em Portugal e na qual nós apostamos por ser uma raça diferenciadora.