A vaga de calor que afetou o país no passado fim-de-semana provocou perdas de produção total em alguns viticultores da região de lisboa e a produção da região poderá vir a cair entre 15% a 20%, devido a esse efeito, anunciou Bernardo Gouvêa, presidente da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa (CVR Lisboa).
Ainda sem a avaliação de perdas concluída, a Comissão adianta já que as perdas ascendem a centenas de milhares de euros, devido a quebras sobretudo em determinadas castas (como a Castelão) e vinhas mais novas. “Acreditamos que esta situação afectará essencialmente a quantidade, mantendo-nos por outro lado absolutamente convictos de que o ano será de elevadíssima qualidade em toda a região”, adianta Bernardo Gouvêa. A CVR Lisboa adianta que até dia 15 de Agosto fará, em conjunto com as associações de viticultores da região e outras entidades, uma avaliação mais precisa e final do total de perdas em produção e em valor. Esta avaliação visa reportar um balanço mais exacto dos prejuízos, no sentido de se procurarem apoios aos viticultores da região.
A Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa (CVR Lisboa) é a entidade responsável pela promoção e certificação dos vinhos daquela Região.
Os ‘Vinhos de Lisboa’ exportam já cerca de 75% do que produzem, sendo que os principais mercados são: Países Nórdicos, Brasil, EUA, Benelux, Rússia, China e Angola. A Região Vitivinícola de Lisboa inclui as seguintes Denominações de Origem: Alenquer, Arruda, Bucelas, Carcavelos, Colares, Encostas d’Aire, Lourinhã, Óbidos e Torres Vedras. A região tem 103 produtores e no final de 2017 produziu um milhão de hectolitros de vinho por ano, o correspondente a 40 milhões de garrafas, dos quais 30 milhões que são exportadas, o que dá aproximadamente 5 milhões de caixas/ano, o que equivale a aproximadamente 100 milhões de euros para a economia portuguesa. O principal mercado de destino de exportação são os EUA, mercado em crescimento, além dos mercados da Europa do Norte — Suécia e Noruega — e o Brasil.
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