Os motivos do lançamento das duas bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki, foram justificadas pelos americanos como uma necessidade de abreviar o fim da guerra, poupando assim a vida a mais de um milhão e meio de militares. Mas não justifica a decisão de condenar populações civis constituídas apenas por crianças e mulheres, porque os homens válidos estavam na frente de batalha.
O ‘Projeto Manhattan’ (1940-1946) foi liderado pelos Estados Unidos com o apoio do Reino Unido e Canadá, sob a direção do Major-General Leslie Groves, um engenheiro do Exército norte-americano, e revestia-se de um segredo absoluto. Mas não foi muito o cuidado na seleção de pelo menos dois dos mais proeminentes físicos da época responsáveis pela arma mais devastadora que o Homem construiu até hoje, pois os serviços secretos sabiam que eram dois comunistas assumidos, mas que eram imprescindíveis para levar o projeto em frente.
Philip Morrison foi, sem sombra para dúvida, um dos mais ilustres professores de Física no Massachusetts Instituto of Technology (MIT), mas o seu nome só saltou para a ribalta depois de mais tarde se saber quem integrou o ‘Projeto Manhattan’, que tinha como objetivo acelerar a capitulação da guerra e cujos destinatários iniciais seriam a Alemanha ou o Japão.
Em Los Alamos (Novo México) a luta era contra o tempo, não havendo sequer tempo para dormir. Morrison, George Kistiakowsky e Robert Oppenheimer, que estava à frente do projeto, eram os homens do momento em Los Alamos.
Foram juntos assistir à distância, sentados no banco detrás do Dodge de Morrison, à deflagração da bomba ensaio, uma das três que tinham construído. Compreenderam, disse mais tarde Morrison, que tinham entregue aos militares uma arma terrível, mas que nada podiam fazer porque elas já se encontravam nas suas mãos. Este homem extraordinário, que foi marcado aos quatro anos de idade pela poliomielite que lhe deixou graves lesões para toda a vida, esteve na frente de grandes projetos de investigação nas áreas da Física Quântica, Nuclear e em Energia Astrofísica.
A ele se deve, conjuntamente com Eugene Wigner, o desenvolvimento dos primeiros reatores nucleares iniciado em 1943, o ano do meu nascimento. Philip Morrison, não foi mais longe por se ter sempre assumido como um comunista – um crime à época considerado de alta traição contra o Estado.
Philip Morrison, nasceu a 7 de novembro de 1915 em Somerville New Jersey USA e faleceu a 22 de Abril de 2005 em Cambridge Massachusetts USA.
É lamentável que passados 73 anos, ainda nenhum presidente norte-americano se tenha deslocado a Hiroshima e Nagasaki, para prestar homenagem às “vítimas inocentes” das duas cidades mártires. Existem no Mundo, aproximadamente 20 mil ogivas nucleares ativas, algumas delas têm um potencial por unidade superior a 3000 vezes a que foi lançada em Hiroshima – como é o caso da Bomba Nuclear TSAR, pertencente ao Arsenal da Rússia e que foi construída no tempo da ‘Guerra Fria’ (1966): uma só ogiva, destruiria uma cidade três vezes maior que Nova Iorque.
EUA, Reino Unido, França, India, Paquistão, Israel, China, Coreia do Norte (e Irão?) pertencem ao ‘Clube do Terror’, que tem a capacidade de destruir o Planeta Terra 200 vezes.
Nota do Autor: Em maio de 2016, Barack Hussein Obama seria o primeiro presidente norte-americano a visitar Hiroshima; não pediu desculpa às vítimas.
Hiroshima: 73 anos depois, o equilíbrio do terror
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