Com a onda de calor que “fustiga” Portugal, as praias fluviais assemelham-se a “oásis” para quem vive ou visita o interior e, no Alentejo, graças ao Alqueva, as de Monsaraz e Mourão registam maior afluência de banhistas.
“Estão já aqui centenas de pessoas, numa sexta-feira”, e “a afluência irá ser muito maior ao longo da tarde”, realçou hoje à agência Lusa José Calixto, presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz (Évora), a propósito da praia fluvial localizada perto da vila medieval de Monsaraz.
Segundo o autarca, a afluência de banhistas à praia criada no concelho, em junho do ano passado, aumentou “claramente” nos últimos dias, com a subida das temperaturas, e, com o fim de semana à porta, deve ficar “completamente cheia”.
“Temos a praia com níveis de afluência parecidos com os do ano passado, enquanto, nos primeiros meses” do verão, “com temperaturas baixas, não era tão agradável estar na água”, disse.
“Nota-se uma subida do número de pessoas”
No vizinho concelho de Mourão (Évora), igualmente banhado pela albufeira do Alqueva e com uma praia inaugurada em julho do ano passado, o “retrato” é similar, segundo a presidente da câmara, Maria Clara Safara.
“Face às temperaturas” elevadas, até pode acontecer que as pessoas, “com medo do calor”, possam “não ir tanto” à praia, mas, como também “é a altura em que está mais gente de férias, nota-se uma subida do número de pessoas”, afirmou.
Face às “temperaturas altas” que se fazem sentir, sempre “dá para refrescar” e “a água está muito boa”, afiançou a autarca, frisando que ela própria, esta semana, tem dado uns “saltos” ao espaço: “Está-se muito bem dentro de água”.
Nestes dois concelhos do interior alentejano, os autarcas destacam as mais-valias geradas pelas respetivas praias fluviais proporcionadas pelo Alqueva, financiadas a 90% pelo Programa Valorizar, no âmbito da Linha de Apoio à Valorização Turística do Interior, do Turismo de Portugal.
“É importante porque as pessoas”, do concelho e dos concelhos próximos, “ficam com uma praia praticamente à porta de casa” e, ao mesmo tempo, atrai “pessoas de fora”, assinalou a presidente da Câmara de Mourão, referindo que a sua zona balnear tem banhistas de vários pontos do país e estrangeiros, como espanhóis, franceses, belgas e ingleses.
Bom para a economia local
O presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz sublinhou a ideia, lembrando que “parte da população não pode ir para outros destinos turísticos”, mas agora já pode usufruir desta “pequena maravilha mesmo ao lado”.
Para a economia local, disse Maria Clara Safara, os efeitos também são visíveis, com unidades de alojamento e restaurantes a “notarem a afluência de pessoas, nesta altura do ano”.
“Isto é uma injeção muito grande de mais-valia ao nível da restauração e do alojamento turístico, do comércio e do enoturismo” e constitui “um fator de aumento da estadia média” dos visitantes no concelho, corroborou José Calixto.
Com Bandeira Azul, Bandeira de Praia Acessível e classificação como Praia Saudável, a praia fluvial de Monsaraz pode acolher mais de mil banhistas em simultâneo e oferece 150 metros de frente de praia, com vigilância por nadadores-salvadores, zonas para crianças e adultos, toldos, estrutura flutuante com solário, concessão de restaurante e diversas atividades (massagens, observação de aves ou passeios de barco, entre outras).
Já a de Mourão, também com Bandeira Azul e galardão Praia Acessível, tem a particularidade de se situar numa ilha do Alqueva, a que se acede por um passadiço de madeira, e oferece cerca de 320 metros de areal, com zona sombreada, piscina para crianças, plataforma flutuante e vigilância, entre outras valências.