860 mil pessoas sem habitação na Alemanha

Data:

Segundo estimativas do Grupo de Trabalho Nacional dos Desabrigados (BAGW), no ano passado, 52 mil pessoas ficaram regularmente desabrigadas (ao ar livre) e cerca de metade dos desabrigados na Alemanha vêm da Europa Oriental. A falta de habitação social é crucial.

A estatística do BAGW distingue entre os desabrigados que vivem na rua (obdachlose: 52 mil), os sem-habitação (Wohnungslose: 440 mil pessoas sem habitação que procuram soluções de emergência dormindo com amigos ou conhecidos, em outros lugares ou mesmo em dormitórios financiados pelo Estado).
E se se juntarem os refugiados sem habitação, o BAGW chega a um total de 860 mil pessoas afectadas (muitos refugiados reconhecidos vivem em alojamentos de emergência).
Desde 2014, houve um aumento de cerca de 150% na estatística dos desabrigados. Em 2008 havia 20 mil desabrigados em todo o país.
Em Berlim, onde vivem 10 mil pessoas sem abrigo, alguém deitou um líquido (tipo gasolina) sobre dois homens sem abrigo e incendiou-os enquanto dormiam, na Estação Schöneweide. Os dois encontram-se agora gravemente feridos a ser tratados num hospital.
Em Berlim, “30 por cento dos sem-abrigo são mulheres. Muitos europeus de Leste encontram-se sem abrigo porque fazem parte daqueles que vieram para a Alemanha para trabalhar e falharam por várias razões. Ou são refugiados reconhecidos que não conseguem encontrar um lar, refugiados não reconhecidos que submergiram da sociedade organizada e querem evitar ser deportados, pessoas com problemas mentais, com álcool ou drogas ou berlinenses que simplesmente não têm dinheiro para pagar o seu apartamento”.
Também há muitos para quem o saco de dormir é a sua casa, tendo estes o direito de viver como querem – até na rua.
Segundo investigações publicadas em Hamburgo, “pagar pela falta de moradia é sete vezes mais caro que a prevenção da falta de moradia”. Hamburgo em 2011 gastou 46 milhões de euros em pessoas sem teto e desabrigadas.
O pesquisador de pobreza Harald Ansen distingue três grupos principais entre os “sem-teto”:
– “Pessoas em situações críticas da vida, devido a uma separação, perda de trabalho ou dívida.
– Jovens saídos de instituições de apoio à juventude com grandes lacunas biográficas.
– Pessoas com biografias quebradas que viveram sempre marginalmente, muitas vezes com alta mobilidade profissional, como marinheiros”.
Há assistentes sociais que descrevem parte da génese do prolema desta maneira: primeiro perde-se a mulher, depois vem o álcool, então o trabalho vai-se embora e por fim o apartamento fica em perigo.
Algo está errado na cabeça de muitas pessoas e na política social. Os desenraizados, solitários e mais fracos, num dos países mais ricos do mundo, constituem uma acusação permanente à classe política.

António Justo

Share post:

Popular

Nóticias Relacionads
RELACIONADAS

Compal lança nova gama Vital Bom Dia!

Disponível em três sabores: Frutos Vermelhos Aveia e Canela, Frutos Tropicais Chia e Alfarroba e Frutos Amarelos Chia e Curcuma estão disponíveis nos formatos Tetra Pak 1L, Tetra Pak 0,33L e ainda no formato garrafa de vidro 0,20L.

Super Bock lança edição limitada que celebra as relações de amizade mais autênticas

São dez rótulos numa edição limitada da Super Bock no âmbito da campanha “Para amigos amigos, uma cerveja cerveja”

Exportações de vinhos para Angola crescem 20% desde o início do ano

As exportações de vinho para Angola cresceram 20% entre janeiro e abril deste ano, revelou o presidente da ViniPortugal, mostrando-se otimista quanto à recuperação neste mercado, face à melhoria da economia.

Área de arroz recua 5% e produção de batata, cereais, cereja e pêssego cai 10% a 15%

A área de arroz deverá diminuir 5% este ano face ao anterior, enquanto a área de batata e a produtividade dos cereais de outono-inverno, da cereja e do pêssego deverão recuar 10% a 15%, informou o INE.