Os vinhos ‘Quinta Vale d’Aldeia’ são o resultado do esforço e dedicação de uma família apostada na produção vinhos de excelência na região da Mêda, em pleno Douro Superior. O microclima característico da região, bem como o ‘terroir’ e as castas selecionadas, aliados à utilização de tecnologia de ponta na produção e fabrico do vinho levou a que a ‘Quinta Vale d’Aldeia’ rapidamente se tenha tornado uma das principais referências vinícolas da região Demarcada do Douro. “O que a terra cria com afeto nós recriamos com paixão” é o lema desta empresa que o ‘Mundo Português’ foi conhecer à conversa com o enólogo da ‘Quinta Vale d’Aldeia’, José Eduardo Conceição.
As instalações da adega da Quinta Vale d’Aldeia são bastante modernas. Quer contar-nos como tudo começou?
Esta adega foi construída de raiz em 2009, está dividida em três pisos, parcialmente enterrados na encosta de xisto. No primeiro piso realizamos a fermentação dos vinhos tintos, no segundo piso fermentamos os brancos, os rosés e os vinhos de base espumante.
A receção das uvas é feita no exterior da adega. São inicialmente recolhidas em caixas, depois são descarregadas no tapete de escolha, onde são rejeitadas as que não estiverem nas melhores condições. Normalmente trabalhamos com duas mesas de escolha, com duas linhas independentes. Depois de esmagadas, as uvas passam por um permutador de calor para sofrerem o primeiro choque de temperatura, depois são bombeadas para os depósitos de fermentação
De onde vêm as uvas para produzir os vinhos ‘Quinta Vale d’Aldeia’?
A maior parte das uvas são de produção nossa. A ‘Quinta Vale d’Aldeia’ tem cerca de 110 hectares de vinha e 40 hectares de olival. Mas também adquirimos uvas de produtores locais, na Mêda, em São João da Pesqueira e também em Vila Nova de Foz Coa. São produtores que já conhecemos bem, assim como as vinhas e as castas.
Estamos neste momento a produzir entre os 600 e os 700 mil litros de vinho, mas temos uma capacidade instalada para a produção de 1 milhão de litros. Temos aumentado todos os anos a produção, nunca abdicando da qualidade que para nós é o fator mais importante.
As nossas vinhas estão inseridas na sub-região do Douro Superior.
Produzimos um pouco de tudo, desde o vinho do Porto, espumantes, tintos brancos rosés, reservas, grandes reservas, Colheitas… Neste momento temos no nosso portfólio 27 referências diferentes.
As nossas vinhas estão plantadas entre os 450 metros e os 650 metros de altitude. São vinhas de altitude, com muita frescura, muita acidez, e habitualmente resultam em vinhos muito equilibrados caracterizados pela elegância que pretendemos ter presente em todos os nossos produtos.
E a aposta no azeite?
Estamos a apostar muito no azeite e já temos no nosso portefólio uma marca de azeite, o ‘Quinta Vale d’Aldeia’. Esta é a nossa marca principal onde estão inseridas a maior parte das nossas referências. Eu acredito muito no azeite português, acredito que vai atingir o patamar de reconhecimento onde estão os vinhos portugueses. O nosso azeite tem muita qualidade apesar de ainda termos um longo caminho pela frente, mas penso que nos próximos tempos os azeites portugueses irão chegar ao patamar de reconhecimento de parte dos mercados estrangeiros, o patamar onde merece estar que é um patamar muito alto.
A empresa já exporta para que mercados?
A ‘Quinta Vale d’Aldeia’ nasceu vocacionada para a exportação. Já vendemos para 24 países espalhados um pouco por todo o mundo. Apesar de haver variações de ano para ano, os países onde temos maior volume de negócios neste momento são o Brasil e a China e, claro que na Europa também estamos muito bem representados em diversos países.
Temos vindo a aumentar as exportações ano após ano e as perspetivas são muito boas.
É por isso que a nossa filosofia é apostar na criação de vinhos com diferentes perfis e imagens distintas para conseguir atingir diferentes mercados. Cada mercado é um mercado, o mercado do Brasil é completamente distinto do mercado chinês, por exemplo. Mesmo dentro destes países, enormes, cada Estado tem o seu gosto, também muito condicionado pelo clima e pela gastronomia que varia muito de Estado para Estado. Por isso a Quinta Vale d’Aldeia aposta na diversidade de produtos e na qualidade. Tentamos fazer o melhor vinho, ano após ano, ter mais qualidade, ano após ano, e percebendo também o que os diversos mercados procuram, tentando ir de encontro ao consumidor que, na nossa opinião, é também muito importante. Nós termos produtos que vão de encontro áquilo que o nosso consumidor pretende.
Qual é a história por detrás da ‘Quinta Vale d’Aldeia’?
A ‘Quinta Vale d’Aldeia’ é uma empresa familiar, propriedade de dois irmãos, João e José Amado, naturais do concelho da Mêda, onde têm a maior parte das suas empresas instaladas. Fazem parte do Grupo dois hotéis, o Hotel Termas de Longroiva e o Cró Hotel & Termal SPA e também empresas ligadas à construção, a ‘Gualdim’ e a ‘CivilCasa’. Temos inclusive a ‘Radial Redonda’, uma carpintaria em Aveiro, entre outras… O grupo emprega atualmente cerca de 200 pessoas.
Como os proprietários já tinham empresas de construção, resolveram diversificar para um setor de atividade diferente, decidiram apostar na agricultura.
Entretanto desde que adquiriram o primeiro terreno foram ampliando até conseguir juntar cerca de 200 hectares de propriedade que é aquilo que a ‘Quinta Vale d’Aldeia’ detém atualmente.
As vinhas foram adquiridas a diversos pequenos proprietários e fomos plantando e ampliando a nossa extensão de vinha. Plantámos o ano passado novas vinhas de branco e estamos a crescer em termos de altitude também. Isto é importante, continuar a crescer, continuar a apostar na qualidade e só naquilo que são as castas tradicionais do Douro, embora estejamos neste momento a fazer uma pequena experiência com o ‘Sauvignon Blanc’ em altitude. O vinho está feito e será lançado brevemente. Acredito que vai ser uma boa surpresa para os nossos consumidores.