No âmbito das XV Grandes Festas do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada foi lançado, na Igreja Matriz, o segundo volume de “Missionários Açorianos em Timor-Leste”, da autoria de D. Ximenes Belo.
“Um ato de cultura e de reconhecimento” que enaltece o povo açoriano. Um povo que se destacado no país e no mundo, também por via da missionação e da promoção humana em Timor-Leste, como lembra a obra do Prémio Nobel da Paz.
Na cerimónia de lançamento mundial do livro, o Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada expressou o seu sentimento de alegria pelo momento “significativo para o presente e representativo da nossa própria identidade”.
José Manuel Bolieiro, numa atitude de reconhecimento, agradeceu ao Padre Nemésio Medeiros a abertura da igreja para o evento, ao presidente da Associação Internacional dos Colóquios da Lusofonia, Chrys Chrystello, pela edição do livro e a D. Ximenes Belo por todo um legado à humanidade e por este ato em particular.
O edil considerou D. Ximenes Belo uma “inspiração para a vida, com qualidades humanas excecionais, de excelentes referências e inspiradoras”.
“Para nós é um orgulho poder colaborar, em nome do município de Ponta Delgada, na edição do segundo volume do livro “Missionários açorianos em Timor-Leste”, que dá “testemunho da açorianidade, enquanto ação”.
- Ximenes Belo, por seu turno, agradeceu a forma como a Câmara Municipal de Ponta Delgada, e o seu Presidente em especial, abraçou este projeto.
Afirmou, ainda, que “para entender o presente é preciso olhar para o passado e apontar para o futuro”, destacando a importância dos missionários açorianos para que Timor-Leste fosse um país independente. “Foram importantes agentes de educação e na transmissão de valores morais e religiosos”, sustentou.
Este é um livro de solidariedade cristã, não apenas pelo objeto do seu conteúdo, mas também pelo destino da sua venda.
O proveito da venda reverterá integralmente a favor da reconstrução da Escola D. Carlos Filipe Ximenes Belo, na sua freguesia natal de Quelicai, município de Baucau, em Timor Leste.
Torna-se assim ainda mais pertinente a aquisição deste livro que reconstitui os 119 anos de protagonismo açoriano na missionação timorense. Ele começa em 1875, com a nomeação do jorgense Dom Manuel de Sousa Enes para Bispo de Macau e Colónia de Timor. E termina em 1994, com o falecimento do último padre açoriano em Timor-Leste, o terceirense Carlos da Rocha Pereira.
Este livro consta de cinco capítulos: o primeiro pretende sublinhar a importância da presença dos missionários açorianos em Timor-Leste, sobretudo no campo da missionação e da educação da juventude timorense; no segundo capítulo apresentamos as biografias dos Bispos; no terceiro, são delineadas as biografias dos sacerdotes; no quarto capítulo as biografias de dois irmãos leigos; e no quinto, notas bibliográficas, duas cartas manuscritas do Padre Norberto Barros, da época da segunda guerra, com a respetiva transcrição e um depoimento da embaixadora da RDTL em Lisboa, Maria Paixão Costa, sobre o Colégio Ainaro.