Numa fase em que o sector primário assume particular destaque no cenário mundial, é fundamental a organização de todas as fileiras produtivas e comerciais, assumindo aqui as organizações representativas do sector uma relevância inquestionável. O espírito cooperativo e toda a filosofia inerente à sua implementação tem vindo a tornar possível a reestruturação da Cooperativa Agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca e a sua solidificação, enquanto principal entidade representativa do sector e dos produtores deste território.
Num universo de 2 500 associados, a dinâmica da cooperativa passa pela centralização dos serviços e pelo apoio constante e transversal de todos os domínios directamente relacionados com a actividade agrícola. Todo o trabalho desta entidade tem vindo a ser reconhecido, tendo sido recentemente atribuída a esta Cooperativa Agrícola, o Prémio PME Líder 2017, pela sua solidez financeira, qualidade e excelência de gestão, bem como vários prémios de mérito agrícola atribuídos pela Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal, nos anos de 2016, 2017 e 2018.
Nos últimos anos, a cooperativa agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca tem investido na organização de circuitos comerciais de produtos originários as explorações agrícolas dos associados, dando particular destaque aos produtos autóctones. A Carne da Cachena da Peneda DOP, o feijão Tarreste, os citrinos, os frutos secos, nomeadamente a noz e a castanha e os cereais, entre outros. De todos, a Cooperativa destaca a Carne de Cachena, Denominação de origem Protegida e o Feijão Tarreste, produtos constantes do movimento internacional Slow Food.
Carne de Cachena, património Genético Nacional
A Carne de Cachena, património Genético Nacional que, pela sua excelente qualidade tem vindo a aumentar, quer ao nível do volume comercializado, quer ao nível dos produtores aderentes ao processo de produção, recria e acabamento. Produto de excelência, destaca-se no cenário das carnes nacionais e internacionais, sendo distinguida em concursos e eventos como o Concurso Nacional de Carnes Tradicionais Portuguesas com Nomes Qualificados, onde lhe foi atribuída a Medalha de ouro, pelo segundo ano consecutivo (2017 e 2018) e o concurso internacional Great Taste 2017, onde obteve o prémio máximo para este tipo de produtos, três estrelas, tendo sido apelidado pelo júri internacional como sendo “Excelente, palavras para quê…; Divinal…; Excelente para todos os parâmetros…; melhor do que isto é quase impossível!…”. Privilegiamos a comercialização deste produto em pontos de venda seleccionados criteriosamente, contando para o efeito, com o comércio local existente no solar da própria raça e também com a PECNordeste, para a colocação do produto em pontos de venda situados fora deste território. A internacionalização do produto é também uma meta a atingir a curto prazo, sendo que, para o efeito, encontra-se em fase de implementação, um projecto financiado pelo Portugal 2020 – Fundo Social de Desenvolvimento Regional (Compete 2020), intitulado por PORTUGUESE BEEF, que visa a divulgação e promoção conjunta da carne de sete raças autóctones. Sendo um projecto arrojado, é inovador por ser o primeiro a conseguir reunir, com o mesmo objectivo, sete raças autóctones, numa ótica de promoção, não só do produto carne mas também do património genético português no mundo.
O Feijão Tarreste
O Feijão Tarreste, cultivado ancestralmente pelas populações rurais das aldeias de montanha deste território, é um produto bastante apreciado e valorizado, não só pela sua tipicidade e pelos métodos de produção sustentáveis, mas também pelas suas características nutricionais, apresentando-se como um produto particularmente rico em fibra e ácidos gordos insaturados, transportando para o consumidor toda a sua riqueza e qualidade.
No comunicado da cooperativa agrícola pode ler-se que o intuito primordial e único da mesma é a preservação do património agrícola, a garantia da permanência dos agricultores no território, a implementação de dinâmicas favoráveis nas populações rurais, que incentivem o investimento, a permanência e fixação de novos produtores no espaço rural.