O número de motociclistas mortos nas estradas aumentou 114% entre 2016 e 2017 o que levou a Prevenção Rodoviária Portuguesa a fazer sérias recomendações.
Os dados sobre sinistralidade rodoviária com motociclistas, do relatório da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), revelam que em relação a 2016, as vítimas mortais (num período de 24 horas) relacionadas com acidentes de motos aumentaram de 43 para 92, o que equivale a mais 114% em 2017.
E levaram a Prevenção Rodoviária Portuguesa a fazer uma série de recomendações, entre as quais uma mudança no sistema de formação de motociclistas, como forma de forma a reduzir a sinistralidade nas estradas, com estes condutores.
José Miguel Trigoso afirma que a formação de condutores de motociclos “apresenta muitas deficiências, nomeadamente na sua vertente prática”, exemplificando que “o único exercício destinado à aprendizagem do domínio do veículo” praticado durante a formação é a ‘realização de um oito’, “dado ser esta a única manobra exigida em exame.
“Isto significa que não existe nenhuma exigência no exame, de forma a que a formação que contemple a correta posição de condução para cada tipo de motociclo, a forma correta de se posicionar na via para curvar, a forma correta de curvar (incluindo onde travar e onde acelerar) e, principalmente, a forma correta de utilizar o sistema de travagem. Ou seja, ninguém aprende a curvar nem a travar, em qualquer tipo de situação de emergência”, alerta.
O presidente da PRP sugere o ‘Guia para a prova prática – categoria A1, A2 e A’, desenvolvido em 2015 por um grupo de trabalho do IMT (Instituto da Mobilidade e dos Transportes), como “um bom ponto de partida para um modelo de prova prática, embora deva ser completado com uma prova de estrada mais completa, incluindo auto-estrada ou via equiparada e zona urbana”.
Maior uso de equipamentos de segurança
A Prevenção Rodoviária Portuguesa alerta ainda para um reforço da fiscalização, sobretudo da velocidade.
Outra recomendação da PRP é que os motociclistas utilizem mais os equipamentos de segurança. Seja nos condutores – como luvas, blusão, dorsais ou equipamentos com sistemas de airbags, defendendo até que haja incentivos fiscais à compra desse material – seja no motociclo – utilização de sistemas ativos de segurança, nomeadamente controlo de tração e repartidor de travagem- seja na infraestrutura – utilização de materiais adequados para as marcas rodoviárias no pavimento, nomeadamente passadeiras e linhas contínuas, de forma a evitar a perda de aderência com chuva e balizas de sinalização flexíveis em vez de pilaretes rígidos junto das faixas de rodagem.
Ana Grácio Pinto