O projeto é da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA), será apresentado oficialmente a 11 de julho na Universidade de Aveiro (UA) e quer ajudar doentes, familiares e profissionais de saúde.
O alerta é da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro: em Portugal as doenças respiratórias crónicas afetam 40 por cento da população.
“Mas apesar de serem líderes de mortalidade e morbilidade, menos de um por cento dos doentes têm acesso a reabilitação respiratória, uma intervenção considerada essencial para estas doenças”, lamenta a UA numa nota de imprensa enviada ao ‘Mundo Português’.
A pensar nessa problemática, a ESSUA vai lançar a Reabilitação Respiratória em Rede (3R), uma plataforma online que quer ajudar doentes, familiares e profissionais de saúde a encontrarem soluções para um conjunto de doenças que tem em Portugal um acompanhamento clínico insuficiente.
Doença pulmonar obstrutiva crónica, asma, apneia do sono, fibrose pulmonar idiopática, bronquiectasias são algumas das enfermidades que fazem parte do grupo das doenças respiratórias crónicas e que “em Portugal estão ainda muito subdiagnosticadas”, sublinha Alda Marques, coordenadora do Lab3R da ESSUA e responsável pelo 3R.
A Reabilitação Respiratória em Rede vai ser apresentada durante a conferência Reabilitação Respiratória em Rede, que decorre a 11 de julho no auditório da Reitoria da UA, a partir das 10h.
Preparado pelo Laboratório de Investigação e Reabilitação Respiratória (Lab3R) da ESSUA, “o encontro pretende chamar a atenção para a importância crescente das doenças respiratórias e para a necessidade de se responder adequadamente às necessidades destes doentes e famílias”, explica a nota da UA.
Só entre 2011 e 2016, por exemplo, o diagnóstico da doença pulmonar obstrutiva crónica aumentou 241 por cento e o da asma 234 por cento.
“Estas doenças são crónicas e, portanto, já estavam há muito presentes na população, nunca tinham é sido diagnosticadas”, afirma Alda Marques.
Site para doentes, famílias e profissionais de saúde
A plataforma Reabilitação Respiratória em Rede (3R) foi desenvolvida para a pensar nos doentes, familiares e profissionais de saúde em Portugal e nos Países da Comunidade de Língua Portuguesa.
“Pretendemos facilitar o acesso, de forma gratuita, a toda a informação referente às doenças respiratórias crónicas e à reabilitação respiratória, e assim contribuir para a adoção de estilos de vida saudáveis e para uma melhoria da qualidade de vida destes doentes”, explica Alda Marques, citada na nota de imprensa da UA.
A investigadora explica que doentes, familiares e a comunidade em geral podem encontrar no site, “informações úteis, em folhetos e vídeos, acerca das doenças respiratórias crónicas e da reabilitação respiratória, testemunhos de experiências vividas bem como acompanhar as novidades acerca destes temas”.
Já os profissionais de saúde terão acesso” a uma listagem de recursos materiais e humanos necessários para implementar programas de reabilitação respiratória, a uma lista compreensiva de instrumentos para avaliar os efeitos da reabilitação respiratória nos doentes, a orientações de como implementar os programas, a material informativo para as sessões psicoeducativas e a folhas de registo das sessões”.
A plataforma disponibiliza também links com orientações relevantes nacionais e internacionais na área da reabilitação respiratória.
Ana Grácio Pinto