A Granfer nasce em 1986, alicerçada numa herança familiar com 60 anos de experiência em fruticultura e na paixão pela terra. Situada no coração da região Oeste de Portugal, entre a serra e o mar e junto à medieval e encantadora vila de Óbidos, a Granfer dedica-se à produção, conservação, normalização e comercialização de frutas frescas. Com produção própria de Pêras, Pêssegos, Nectarinas, Maçãs, Ameixas e Damascos, sabe retirar de cada pomar o melhor que este oferece. Equipada com modernas linhas de calibragem e embalamento de fruta, a empresa exporta para vários países em vários continentes. A inovação é um dos pilares primordiais da Granfer, numa procura constante de soluções na vanguarda de alta tecnologia, bem como a diferenciação pela qualidade dos produtos comercializados, tendo sempre em vista a resposta adequada às exigências do mercado. Fundada em 1986, a Granfer veio colmatar a ausência de infra-estruturas de concentração e comercialização de frutas no concelho de Óbidos.
ENTREVISTA
HÉLIO FERREIRA – Diretor Comercial
(esquerda na fotografia)
Começámos aqui no Oeste como muitas outras empresas da região, mas fomos expandindo e atualmente no Oeste produzimos em duas zonas distintas, na Cova da Beira em Orjais e no Alentejo em Alcácer do Sal. Estas zonas são escolhidas em função da capacidade de produzir a melhor fruta para o mercado que é um imperativo da empresa.
Que quantidades produz atualmente a Granfer?
Atualmente estamos a movimentar entre vinte e vinte e um milhões de quilos. O produto principal continua a ser a pera rocha com 55% (12 milhões de quilos) e depois a fruta de caroço e as maçãs.
E para a exportação o que vai?
A exportação anda à volta dos 65 a 70%, dependendo também dos produtos. A fruta de caroço é mais para o mercado nacional, enquanto que a pera rocha e a maçã exportam cerca de 80%.
Quais são os grandes mercados para a Granfer?
A Granfer não tem nenhum grande mercado, as exportações estão bastante diversificadas. O Brasil continua a ser o principal destino, mas a Inglaterra, a Alemanha, a França, o Canadá, Marrocos, Irlanda, Colômbia e a Polónia continuam a ser importantes mercados para a nossa fruta.
Como é que chegam até esses mercados? Como fazem a vossa promoção?
Através de ações de pesquisa própria, e da participação em feiras como a SISAB PORTUGAL e outras a nível internacional.
Para além dos mercados de que já falamos, que outros lhe parecem ter interesse para a Granfer?
Temos de ter sempre em atenção que trabalhamos fruta fresca e por isso só podemos pensar em mercados que sejam alcançáveis, em termos de logística. Naturalmente que os países Árabes continuam a ter bastante potencial, embora tenham de ser formados a comer a nossa pera rocha. São consumidores que estão habituados a comer uma pera lisa e a nossa é mais rústica tem “carepa”, que é típica da variedade. Aliás o mesmo aconteceu noutros mercados como por exemplo o Brasil e a Irlanda, é uma questão de serem trabalhados, porque quando são informados os compradores começam a reconhecer as qualidades do produto e a repetir a compra. É importante pensar na Arábia Saudita na Argélia e nos Emirados. Agora estamos a tentar desenvolver o México, o Peru e a Colômbia que já está a comprar muita fruta portuguesa. Temos de olhar para os mercados como oportunidade de crescimento e desenvolvimento, ultrapassando dificuldades naturais motivadas pelo desconhecimento.
Um dos grandes problemas que normalmente á apontado à nossa fruta para a exportação é a falta de imagem. Concorda com isto?
A imagem é sempre responsabilidade nossa, podemos incorporar mais imagem ou menos imagem, tudo depende do que se pretende vender e do preço que se quer atingir. O nosso mercado consome muita fruta e tem muito conhecimento dela, por isso a imagem é menos importante, mas os outros mercados exigem a fruta perfeita.
Por outro lado temos obrigação de eliminar os desperdícios nos produtos alimentares. Não podemos descartar a fruta para os sub-produtos, quando pode ainda ser consumida em fresco e que tem ainda as mesmas características. A Granfer é um dos aderentes do projeto “fruta feia” que tem ensinado os consumidores a consumir a fruta que embora não esteja “tão bonita” conserva intactas todas as propriedades organoléticas desejáveis ao consumo. Por outro lado a Granfer tem também protocolos com alguns bancos alimentares a quem doa anualmente mais de 500 toneladas de fruta.
Como se posiciona a Granfer na relação com o produto biológico?
A empresa relaciona-se de uma forma equilibrada. Tentamos produzir a melhor fruta com o mínimo de produtos possível para gastar menos energia e com a menor pegada de carbono possível. É este “cocktail” de informação e saber, que tentamos aplicar no dia-a-dia para poder produzir a fruta da melhor maneira possível. O biológico faz todo o sentido, mas nós temos de alimentar o mundo e com o biológico é ainda difícil. Temos de conjugar o que é saudável, mas também o que é produtivo. Basicamente é esta “simbiose” que nós desenvolvemos com os nossos técnicos de campo como objetivo a atingir.
E como é a vossa presença no mercado nacional? Trabalham com grandes superfícies?
Nós vendemos para toda a grande distribuição organizada em Portugal, são parceiros do negócio e que nós respeitamos, produzindo um produto de qualidade que eles queiram ter nas suas lojas para vender ao público. Este é o segredo da relação…
A Granfer está num período de grande atividade e por isso vai ampliar as instalações atuais…
Vamos aumentar a capacidade de armazenamento frigorífico em cerca de 6.000 toneladas que era uma necessidade que vínhamos sentindo porque aumentamos muito a produção e por isso precisávamos deste aumento
Apesar de tudo a pera-rocha continua a ser a estrela da companhia?
Sim continua a ser a estrela da companhia com 55% do volume de vendas
E tem futuro, a pera rocha?
A pera rocha já está a crescer e há ainda mais oportunidades de crescimento. O mundo é muito grande e a pera rocha do Oeste só se produz em Portugal. Por isso é só mostrar ao mundo este produto de excelência
É preciso abrir mais mercados?
Sim é um trabalho que se vai fazendo, como ainda no ano passado com a abertura “entre aspas” do México…
Porque é que diz “entre aspas”?
Porque se trata de um desbloqueio difícil. Nós produtores somos obrigados a fazer uma quarentena de 60 dias e depois esperar pela vinda dos técnicos que vêm analisar e calibrar a fruta, ver as pragas, porque não confiam nos técnicos portugueses. Tudo isto cria dificuldades e custos um pouco incomportáveis. Trata-se de uma abertura de mercado mas que não nos deixa ser competitivos realmente em relação, por exemplo, aos Estados Unidos que estão logo ali ao lado.
No caso dos Estados Unidos já cá vieram os técnicos, e estamos esperançados que o mercado abra muito brevemente.