D. António Marto já é oficialmente cardeal. O até agora Bispo de Leiria-Fátima D. António Marto recebeu à tarde as insígnias pelas mãos do Papa Francisco.
À semelhança dos restantes novos cardeais, D. António Marto jurou fidelidade ao Papa e aos seus sucessores. Depois, dirigiu-se até ao Papa Francisco, ajoelhou-se diante dele e recebeu o barrete cardinalício e o anel.
O Papa Francisco proferiu pelas 15h40 (hora de Lisboa) o nome do bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, como novo cardeal da Igreja Católica, numa cerimónia na Basílica de São Pedro.
A celebração começou com um breve momento de oração em silêncio, do Sumo Pontífice diante do altar da Confissão, sobre o túmulo do apóstolo São Pedro. Em seguida o cumprimento do primeiro dos novos cardeais, D. Louis Sako, patriarca do Iraque, em nome de todos os presentes, antes de uma oração proclamada por Francisco, a leitura do Evangelho e a homilia, revela o Santuário de Fátima.
Depois deste momento, o Papa leu a fórmula de criação e proclamou em latim os nomes dos cardeais, para os unir com “um vínculo mais estreito” à sua missão.
Em seguida ouviu-se a profissão de fé e o juramento dos novos cardeais, de fidelidade e obediência ao Papa e seus sucessores.
Cada um dos novos 14 cardeais ajoelhou-se para receber o barrete cardinalício, de acordo com a ordem de criação: D António Marto foi o sétimo.
No Santuário de Fátima, os sinos do carrilhão da Basílica de Nossa Senhora do Rosário tocaram para assinalar a elevação do pastor da diocese de Leiria-Fátima a Cardeal.
“Sou um cardeal inesperado”
Uma entrevista ao site de notícias ‘Observador’, feita durante a viagem até Roma para ser criado cardeal, D. António Marto afirmou: “Pode dizer-se que sou um cardeal inesperado.”
O então bispo de Leiria-Fátima explicou como recebeu a notícia. “Com os papas anteriores não era surpresa porque comunicavam antes. O Papa Francisco não comunica antes. Só comunica quando torna pública a nomeação, e a gente, nem que quisesse, não poderia dizer que não”, disse ao ‘Observador’, afirmando a total surpresa por ter sido um dos novos cardeais escolhidos pelo Sumo Pontífice. “Pode dizer-se que sou um cardeal inesperado”, assumiu aos jornalistas.
A poucas horas de ser criado cardeal, numa conferência na sala de imprensa da Santa Sé, a jornalistas de vários países, D. António Marto referiu ter recebido a notícia da sua escolha cinco minutos antes de iniciar a celebração da missa do Pentecostes na Sé de Leiria.
“Estava na sacristia quando recebi uma chamada do Núncio Apostólico, que me disse que ao escutar o nome dos novos cardeais, o meu nome fazia parte dessa lista, e por isso ligou a felicitar-me. Recebi assim a notícia com surpresa, emoção, e decidi não dizer nada a ninguém, para poder celebrar a eucaristia em paz.
Depois houve um período de interiorização, acerca daquilo que Deus me estava a dar, a pedir, e de facto interiorizei esta missão de ser Cardeal como um serviço. Agora estou tranquilo, estou em paz e serenidade, confiando à graça de Deus esta missão e confiando na sabedoria do Papa Francisco”, revelou citado numa nota divulgada pelo Santuário de Fátima.
Quando interrogado acerca do contributo que espera dar a Portugal com esta nomeação, D. António Marto lembrou que “um Cardeal é um conselheiro, um colaborador próximo do Papa e faz aquilo que o Papa lhe pede”.
“Sou Bispo de uma diocese, e o meu contributo será dentro da Conferência Episcopal, junto dos outros Bispos”, reiterou.
Ana Grácio Pinto