“Eu, Rute Miriam Santos, pela graça de Deus e pela vontade popular dos moradores de Arruda dos Vinhos faço saber a todos que esta minha carta ouvirem que hoje ao primeiro dia do mês de junho, do ano da graça do Senhor de 2018, se dá início nesta vila de Arruda dos Vinhos à quinta edição do Mercado Oitocentista com o tema especial do imaginário popular, a Resistência. Faço ainda saber a todos os ilustres Arrudenses e a todos os visitantes que nos dão a honra da vossa presença que estão convidados a viver na nossa vila de Arruda três dias de grandes aventuras e folguedos como era usança no tempo dos nossos ilustres antepassados”. Foi assim que a vice-presidente da Câmara de Arruda dos Vinhos fez a abertura oficial do Mercado Oitocentista, este ano subordinado ao tema: “Arruda em 1818: A Resistência”.
A ocasião não seria para menos uma vez que ao longo deste fim-de-semana, a vila de Arruda dos Vinhos vai ser palco de recriações históricas com mostra de costumes, artes, ofícios e gastronomia, recriando a vila no séc. XIX.
O Mercado Oitocentista é a recriação de um mercado rural e da vida quotidiana numa pequena vila rural, abordando histórias, temas e personagens, habitualmente presentes nestes mercados do séc. XIX.
Com um cenário político instável, ainda devastados pelos danos causados pelas Invasões Francesas e assolados pela fome e destruição que a guerra deixou, resta à população de Arruda reerguer-se e recuperar a sua identidade e autoestima. A V edição do Mercado Oitocentista propõe recuar no tempo, ao ano de 1818 quando a população lutava pela identidade das gentes desta pequena vila rural às portas da capital.
Grupos de animadores locais vão representar nas ruas, ao longo dos três dias do Mercado Oitocentista, vivências e acontecimentos marcantes na história do concelho. Nas ruas e artérias da vila convivem artífices, artesãos, agricultores, mercadores místicos e taberneiros (gastrónomos), que promovem a venda e demonstração de produtos característicos da época, num evento a não perder de sexta a domingo (1 a 3 de junho).
O programa é completo para miúdos e graúdos, com especial destaque, no sábado, para a recriação do ‘ritual da encharcada arrudense’, um espetáculo que rebusca as rezas e as mezinhas que fazem parte do património imaterial local, sendo um ritual de purificação que culmina com uma grande queimada, junto ao chafariz da vila, para afastar o mau-olhado e expulsar de vez os maus espíritos que assolam as vinhas, azedam os vinhos e também os que corroem o país.
“Maravilhai-vos pois, ilustres gentios e honrai a memória dos nossos heróis, gente humilde desta terra cujo nome o tempo quis apagar, mas que nós, homens e mulheres do século XXI celebramos nestes dias de festa. A partir deste momento, estão todos convidados a descobrir connosco a vila de Arruda dos Vinhos, dos primórdios do século XIX, com todas as suas vivências, temores e segredos, muitos deles tão bem guardados ao longo dos séculos. Folgai pois, que é chegado o tempo de folgar. Que se cumpra a nossa história. Declaro aberto o Mercado Oitocentista”, concluiu a vice-presidente da Câmara de Arruda dos Vinhos, Rute Miriam Santos.
Consulte o programa completo aqui.