Nesta terça-feira dia 29 de Maio, comemora-se o aniversário dos Soldados da Paz da ONU (Organização das Nações Unidas). São os chamados capacetes azuis, forças militares que participam das missões de paz. Pela primeira vez a data foi comemorada em Portugal, junto ao Monumentos dos Combatentes do Ultramar, no Forte do Bom Sucesso em Lisboa, próximo da Torre de Belém com a presença do Presidente da República, do ministro da defesa, da secretária de estado da defesa e do chefe estado maior das Forças Armadas, perante as tropas das diferentes forças militares, PSP e GNR e de diversos núcleos da Liga dos Combatentes.
Os “capacetes azuis” surgiram em 1963, quando a ONU, que em 2018 completa 70 anos, buscou intermediar um conflito entre os gregos cipriotas e turcos cipriotas na ilha de Chipre.
A partir de então, passaram a servir como mediadores e monitores de vários conflitos. E a cor azul de seus capacetes, ou boinas, entre outros, foi utilizada para diferenciar os soldados da ONU dos militares em conflito, que geralmente usam um tom esverdeado nos uniformes.
No início, os próprios capacetes foram pintados de azul de forma improvisada, já que, na pressa de enviar os soldados, não havia outra alternativa.
Depois, com mais calma, outras formas puderam ser confeccionadas. Surgiram as famosas boinas, com a sigla da ONU (United Nations) estampada em branco.
Com o tempo, os capacetes passaram a ser utilizados em diversos formatos. Inclusive de acordo com as tradições culturais dos países. Nos seus 70 anos, a ONU implementou 71 operações de manutenção da paz. Muitas delas tiveram a participação dos capacetes azuis.
Mais de 107 mil soldados em missões de paz
Atualmente eles são mais de 107 mil soldados, pertencentes a 122 corpos de polícia e do exército, em 16 missões espalhadas pelo mundo. Nesta cerimónia militar que encerrou com a deposição de coroas de flores o Presidente da República na sua alocação referiu: “participamos nesta simbólica cerimónia que assina por todo o mundo e, pela primeira vez em Portugal, o dia dos “capacetes azuis”. Manter a paz, foi este o propósito maior da Organização das Nações Unidas, quando há precisamente 70 anos, em 29 de Maio de 1948, enviou o seu primeiro contingente, para o conflito Israel-palestiniano. Desde então, milhares e milhares de homens e mulheres, oriundos das mais variadas geografais foram para as zonas de risco, ao serviço de um bem comum, ao serviço dos Direitos Humanos, ao serviço da paz. Em África, na Ásia, na Europa, nas Américas- os capacetes azuis são hoje, uma das mais poderosas presenças, da Comunidade Internacional, a trabalhar com um verdadeiro pacto global com a humanidade. Mas apesar desta mobilização universal, os desafios que enfrentam nunca foram tão exigentes, como na actualidade. Os conflitos de hoje, são complexos e voláteis, as ameaças não são convencionais, os locais da operação vastos e hostis, a avidez do desespero da escacês dos recursos prevalece- a paz, tantas e tantas vezes, parece converter-se tantas vezes numa missão quase impossível. Portugal orgulha-se da sua participação, em operações de paz, desde 1958 no Líbano. Esteve presente em missões nos cinco continentes, através de determinada afirmação, das Forças Armadas, das Forças de Segurança e dos civis que integraram essas missões. Hoje, os nossos capacetes azuis, apoiam a reintegração na Colômbia e Afeganistão; promovem os direitos humanos no Mali, protegem refugiados e civis na República Centro Africana, nas situações mais difíceis, nos cenários mais complexos, os portugueses são inexcedíveis e exemplos de excelência e distintos serviços. Enaltecemos por isso, o serviço maior que prestam à humanidade, mas homenageemos nesta hora, de modo singular, os 12 portugueses que deram a sua vida, ao serviço da paz e cujos nomes para sempre ficarão inscritos, neste monumento, lembrando quando e, onde nos deixaram”.
Nomes de portugueses que perderam a vida
De seguida leu os nomes dos que perderam a vida ao serviço dos capacetes azuis:
- “ 1º sargento Américo de Oliveira Dias – 30 Novembro 1995 em Angola; cabo Adjunto – Manuel António Janeiro Gonçalves 22/09/1996 em Angola; Capitão da GNR- Álvaro José Garcia Costa 26/06/1998 na Costa do Marfim; 1º sargento Pára Quedista- José Vitorino Moreira Fernandes 3/10/2000 em Timor Leste; Soldado Pára Quedista – José Miguel Gonçalves Lopes em 3/10/2000 em Timor Leste; Brigadeiro General- Paulo José Pereira Guerreiro 8/09/2002 em Timor Leste; Soldado Pára Quedista- Diogo Manuel de Antas Ribeirinho 12/10/2002 na Indonésia; 1º Marinheiro Fuzileiro- António José da Silva Nascimento 24/03/2003 em Timor Leste ; Sargento- Ajudante- Hemergildo Marques 21/06/2010 em Timor Leste, Alferes da GNR – Daniel João Varela Simões, 13/03/2012 em Timor Leste; Chefe da PSP – Carlos Manuel Marques José 30/09/1993 na Croácia; Chefe da PSP- Elias Lopes Loureiro 21/07/1995 na Croácia. Ao invocar estes heróis, das Forças Armadas e das Forças de Segurança, das mais diversas idades e patentes, a maioria dos quais em terras irmãs de Língua Portuguesa, o Presidente da República venera a sua memória. A todos homenageio em nome de Portugal”
ANTÓNIO FREITAS