Em São Pedro do Corval, a olaria está viva, graças à determinação de mestres oleiros que mantêm em atividade 22 olarias espalhadas por aquela freguesia do concelho de Reguengos de Monsaraz.
As peças produzidas pelos oleiros de São Pedro do Corval, das mais variadas formas e utilidades, reproduzem, na sua maioria, motivos típicos do Alentejo, como o pastor, a apanha da azeitona ou a vindima.
Naquela freguesia alentejana está um centro oleiro considerado o maior de Portugal, com 22 olarias em atividade, e um dos principais da Península Ibérica.
Nas oficinas e ateliers, por entre potes, rodas de oleiros e fornos, molda-se o barro que vai dar origem a peças tradicionais “que nos transportam para os tempos antigos em que o barro se moldava às necessidades dos trabalhos dos campos e das vidas humildes no Alentejo”, apresenta o município de Reguengos de M;onsaraz no seu site na internet.
A tradição da cerâmica em São Pedro do Corval remonta aos tempos pré-históricos, por conta da existência de depósitos de argilas com caraterísticas específicas naquela zona de Reguengos de Monsaraz.
No concelho foram encontrados vestígios de olaria desde aquela altura, nomeadamente de peças feitas à mão, descobertas, por exemplo, em antas da região.
Em 1276, D. Afonso III, no foral Afonsino de Monsaraz, reconheceu privilégios aos oleiros do seu termo que poderiam assim ter livremente fornos de olaria.
Já em 1905 São Pedro do Corval teria cerca de 30 oficinas em funcionamento, havendo a distinção entre as de louça miúda, as de talha para o vinho (seriam quatro) e as de tarefas para a aguardente (seis), o que demonstra também a importância da localidade na produção vinícola.
Em 2008, o município de Reguengos de Monsaraz registou no Instituto Nacional da Propriedade Industrial as marcas nacionais ‘Olaria de São Pedro do Corval’, ‘Rota da Olaria’, ‘Rota dos Oleiros’ e ‘Olaria’.
A Casa do Barro é um centro interpretativo que visa preservar, promover e assegurar a sustentabilidade da olaria de São Pedro do Corval
Uma Casa do Barro para preservar a arte
Em 2015 foi inaugurada a Casa do Barro, um centro interpretativo que visa preservar, promover e assegurar a sustentabilidade da olaria de São Pedro do Corval. Está implantado numa antiga olaria, na principal via daquela vila alentejana.
A área de exposição tem ainda informação sobre todas as olarias em atividade e no ‘Espaço Memória’ os visitantes encontram objetos e documentos sobre a história do centro oleiro, incluindo peças de barro antigas, dois fornos tradicionais a lenha, um tino, um tanque e rodas de oleiro.
Ali foi também recriado aos visitantes o ciclo do barro, da terra ao produto final.
A Casa do Barro está aberta de terça-feira a domingo, das 9h30 às 13h e das 14h às 17h30, entre 1 outubro a 31 março. De 1 de abril a 30 de setembro pode ser visitada também de terça-feira a domingo, das 9h30 às 12h30 e das 14h às 18h. Encerra à segunda feira.
 |  |  |
Ana Grácio Pinto
Relacionadas
A afirmação do concelho como um território qualificado e valorizado, sustentado e sustentável, moderno e funcional, dinâmico e atrativo, privilegiando a excelência e a visibilidade no exterior da vila enquanto polo turístico ancorando projetos inovadores e motrizes no âmbito do trinómio Homem-Mar-Terra é o objetivo central das operações inscritas no PEDU – Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano.
O Festival Internacional de Danças Folclóricas regressa no dia 1 de Agosto, pelas 22h00, ao anfiteatro do Trasladário em Arcos de Valdevez.